(1903-1967)
"Em
Pão de Açúcar todo mundo é músico". A frase atribuída ao magistrado e músico Dr.
Antônio Arecippo de Barros Teixeira (1868-1928), que chegara a cidade em 1910 e
lá viveria até 1922, não era um exagero e sim uma
constatação.
Naquele
início de século XX a plaga de Jaciobá segundo o escritor Aldemar de Mendonça
(1911-1983) era despertada por suas duas bandas de música: a Sociedade União e
Perseverança — regida em épocas distintas pelos maestros Livino de Paiva Mazoni, conhecido como Livino Bahia (1880-1940) em 1905, Abílio Mendonça (1879-1963) em 1910,
Emídio Bezerra Lima (1865-1931) em 1915 e Manoel Victorino Filho (1895-1960) a
partir de 1917 — e a Euterpe de Pão de Açúcar regida por Abílio Mendonça em
1911, cada uma contribuindo para que em pouco tempo a cidade se convertesse num
centro musical pronto a exportar músicos para os mais distintos e distantes
pontos do país.
Foi
nesse cenário que anos antes em 3 de dezembro de 1903 veio ao mundo Américo
Castro Barbosa, fruto da união do casal Manoel Victorino Barbosa — um guarda de
linha que anos depois, em 1917, seria um dos poucos sobreviventes do naufrágio
da lancha Moxotó que afundara devido à forte tempestade no rio São Francisco
— e a senhora Olympia Castro Barbosa.
Tinha
como irmãos o já citado Manoel Victorino Filho, chamado na juventude de Nozinho
(ou Nouzinho) do guarda e que se tornará ao longo do tempo o Mestre Nozinho,
incansável fazedor de músicos a partir de 1917, José Castro Barbosa, conhecido
como Duda (1901-1969) e Genny Castro Barbosa, que mesmo não exercendo a
profissão também era copista.
Todos
tinham sólida formação musical e como instrumento comum o violino, sendo que
cada um, com exceção de Genny, também se destacava num instrumento de sopro:
Nozinho era executante de pistom, Duda tocava trombone e também bombardino,
enquanto Américo (chamado de Mimi) se dedicava ao clarinete e a
requinta.
Ele,
ao que tudo indica, ingressara na banda Sociedade União e Perseverança ainda
muito jovem, por volta de 1914.
Já
em 1917 é fotografado ao lado dos irmãos numa das primeiras formações da banda
que contava ainda com o escultor e fotógrafo João Lisboa (1900-1990) tocando
helicon (instrumento hoje em desuso) e em 1919 constava como executante de
requinta, além do clarinete.
Nesse
mesmo ano se torna copista, passando para a pauta uma infinidade de valsas,
maxixes e dobrados, muitos deles de autoria do notório compositor alagoano
Benedicto Raymundo da Silva (1859-1921) e outros de autores desconhecidos.
Ainda
nesse ano, junto com os irmãos e outros músicos como o clarinetista José Bento
Lima, o maestro Abílio Mendonça e músicos diletantes como Álvaro Melo
(1891-1963), o tabelião Josué Duarte de Albuquerque (1893-1975), o comerciante e
poeta José Mendes Guimarães (1899-1968) e vários outros, formam um grupo
denominado A Batuta, que interpretavam valsas, sambas e choros brejeiros,
além de outros gêneros em voga na época.
O
trabalho como copista e músico de banda permanece até mais ou menos 1922 quando
se transfere para Maceió.
Na
capital do estado passa a assinar Américo Castro suprimindo o Barbosa e
sobrevive tocando em pequenas orquestras e jazz bands que atuam
principalmente em cinemas como o Cine Floriano, Capitólio, Odeon, Delícia e
Ideal. Nessas orquestras terá a companhia do pianista e compositor Antônio
Paurílio (1906-1972) e de conterrâneos como o violinista e artista plástico Zaluar Sant’Ana
(nascido em 1904), seu colega de infância e Manoel Passinha (1908-1993),
multi-instrumentista, futuro compositor e maestro, chegado à capital em 1924 e
que no ano seguinte integrará as fileiras da banda de música do 20º B.C., sendo
licenciado pouco depois, mas que de 1933 a 1959 integrará novamente o quadro de
músicos, assumindo a batuta em meados dos anos 1940 e tendo seu nome
definitivamente ligado a banda do 20.
Américo,
em pouco tempo se torna um profícuo e versátil compositor, escrevendo marchas,
dobrados, valsas, maxixes, tangos, foxes e choros.
Em
1929, tem a valsa Sentimentos do Coração, com letra do poeta Fernandes da
Costa, editada; forma sua própria orquestra, a A.C. Jazz Band e compõe Miss
Alagoas — uma valsa jazz (jazz waltz) — por ocasião do festejado
concurso patrocinado pelo Jornal de Alagoas, ocorrido em 20 de março na Academia
do Comércio em que se sagrou campeã a bela Helena de Miranda
Taveiros.
Em
1937, compõe para o carnaval, em parceria com Wandeck Lemos, uma marcha que
chamou de Chamego; era a dupla Sabiá (Wandeck) e Curió (Américo).
Em
1938, fica em segundo lugar no concurso de marchas para o carnaval daquele ano
promovido pelo Jornal de Alagoas com o frevo-canção "Eu fiz que não vi", música
e letra suas e um grande sucesso pela Jazz Band Capitólio, vencendo o certame o
compositor Aristóbulo Cardoso (1889-1945) com a marcha "Buena
Dicha".
Desde
o final de 37 Américo havia se transferido para o Rio de Janeiro. Na então
capital federal e cultural do país é acolhido por seu irmão Duda que tinha
chegado em 1921 e agora tocava seu trombone em orquestras de navios
transatlânticos (abandonaria a profissão em 1945 passando a exercer a
advocacia). Breve arranjaria emprego com outro alagoano, Octaviano Romeiro,
chegado uma década antes e agora conhecido como o famoso chefe de orquestra
Fon-Fon, que o contrata, agora como contrabaixista.
Américo
então passa a excursionar com a orquestra e a gravar com regularidade e em 1941
sai em turnê pela argentina, permanecendo um ano. Na volta, a orquestra é
contratada pela Odeon, ficando encarregada de acompanhar as gravações dos
artistas da gravadora.
De
1942 a 1947 Américo, como membro regular da orquestra que tinha músicos
excepcionais — como o clarinetista Aristides Zacarias (1911-2000), o trompetista
Pernambuco (Ayres da Costa Pessoa, nascido em 1918), o pianista Fats Elpídio
(1913-1975) e o baterista Moisés Friedman, entre outros —, participa de
gravações com os grandes cartazes da época: Francisco Alves (1898-1952),
Ataulpho Alves (1909-1969), Aracy de Almeida (1914-1988), Dircinha Batista
(1922-1999), Emilinha Borba (1923-2005) e as duplas Jararaca (1896-1977) e
Ratinho (1896-1972) e Joel (1913-1993) e Gaúcho (1911-1970) entre outros.
Em
1946, tem seu choro "Aguenta a Mão" gravado com sucesso pela orquestra na
Continental e no ano seguinte segue com Fon-Fon em turnê pela Europa onde gravam
um disco pelo selo London em 1950: Fon-Fon et la musique du Brésil
ironicamente nunca seria editado no Brasil.
Com
o falecimento do maestro em plena turnê, retorna ao Brasil e passa a integrar a
orquestra do maestro Carioca (Ivan Paulo da Silva, 1910-1991) então contratada
da rádio Tupi do Rio de Janeiro e no ano seguinte tocam em Montevideo no Uruguai
com bastante sucesso.
Em
1954 participa de um conjunto formado somente para gravações sob liderança de
Juca do Acordeom
que registra pela gravadora Sinter o seu Corridinho n.º 100 em parceria
com Ary Vieira e em julho tem a sua composição Baião da despedida, também
com Ary lançada em selo Columbia pela cantora Claudete Soares (nascida em 1937),
então iniciando carreira.
Não
encontramos nenhuma informação sobre suas atividades nos últimos doze anos até
falecer em 1967 deixando várias composições, muitas ainda
inéditas.
♫
Dobrado Américo Castro
Barbosa
De Benedicto Raymundo da Silva
(1919)
O
Acervo Antônio Melo Barbosa é a rica fonte que embasa as edições que realizamos
desde fevereiro de 2018 e tornamos públicas em banco de partituras on-line. As partituras têm revelado mais
do que simplesmente um repertório de época, mais do que o processo de criação de
uma peça musical de finalidade didática ou para um evento específico, uma data
festiva do calendário municipal. Revelam, por exemplo, que no ano de 1919, um
adolescente de 15 anos, músico recém-iniciado e copista da banda recém-criada
por seu irmão mais velho, teve a honra de dar seu nome a um produto musical de
nada mais nada menos que o maior compositor de música para bandas já nascido em
Alagoas, o extraordinário Benedicto Raymundo da Silva (1859-1921).
Sabemos
que, em Maceió, o compositor, nessa época com 60 anos de idade, já em fim de
carreira, vendia sua produção para subsistência da família e, aparentemente, não
mantinha controle para fins de levantamento do patrimônio musical a partir do
momento em que entregava sua peça para o comprador. O fato é que o dobrado Américo Castro não se encontra listado
entre as obras de Benedicto Silva no livro Benedito Silva e sua época (1966) do
pesquisador Moacir Medeiros de Santana.
A
presença do magistrado-músico Antônio Arecippo de Barros Teixeira (1868-1928) na
cidade de Pão de Açúcar no período 1910-1922, provavelmente explica a ocorrência
de várias obras de Benedicto Silva no acervo pão-de-açucarense.
Vindo
da cidade de São José da Laje, a 100 km de Maceió, para assumir o posto de juiz
titular de Pão de Açúcar, dr. Arecippo frequentava a capital nas férias e
possivelmente gozava da amizade do compositor maceioense desde a década de 1880,
época de sua formação intelectual e musical, do Colégio Bom Jesus e do Liceu
Alagoano, e ainda colaborador de jornais.
O
compositor e regente, então conhecido por Benedicto Piston, vivia o auge de sua
carreira e mereceria homenagem de seu admirador de São José da Laje que ao criar
em 1904 sua própria banda nomeou-a Benedicto Silva ou Beneditina. Pelo menos é o
que deduzimos quando entramos em contato com essas partituras centenárias e,
somando ao testemunho dos contemporâneos (que escreveram sobre a cidade e os
citadinos) mais as informações recolhidas na tradição oral, reconstruímos os
passos dos personagens que as nomeiam, copiam, arranjam, enfim, subscrevem as
partituras, revelando o ambiente que as produziram mais do que pode sugerir
apenas a notação das frequências sonoras e símbolos num
pentagrama.
Portanto, o dobrado Américo Castro
Barbosa surge nesse momento em que a cidade de Pão de Açúcar vivia o
processo de efervescência musical com a atuação dos maestros Livino Mazoni,
Abílio Mendonça, Emídio Bezerra Lima e Manoel Victorino Filho
— que preparam o ambiente mais tarde reconhecido como celeiro de grandes
músicos.
Por
enquanto, interessa-nos o período de formação musical do copista Américo nesta
localidade no sertão de Alagoas às margens do Rio São Francisco, outrora
conhecida pelo poético nome “Jaciobá - Espelho da Lua”, como a chamavam os
índios Uramaris na época do descobrimento.
No
início do século XX os Castro Barbosa viviam sua primeira geração de família de
músicos violinistas que também dominavam instrumentos de sopro: os irmãos
Manoel, José, Américo e Genny.
Manoel
se tornaria um ícone da música nesta região do Baixo São Francisco, o grande
Mestre Nozinho, formador de mais de uma centena de músicos que fizeram nome nas
orquestras e bandas militares Brasil afora; José, que em Pão de Açúcar era
chamado de “Duda”, revela-se mais tarde,
no Rio de Janeiro, bandleader em navios transatlânticos até
1945, quando troca a música pela advocacia e passa a atender como o Dr. José
Barbosa; Genny, a despeito de seu talento, não exercia música profissionalmente (e era a única a não tocar instrumento de sopro),
já Américo marcará presença no cenário nacional como compositor e
contrabaixista, coadjuvando na banda de outro alagoano célebre, o maestro
Fon-Fon.
Em
1919, o jovem clarinetista Américo auxiliava o irmão mestre de banda quando, em
31 de outubro, iniciou a cópia do dobrado Américo Castro Barbosa pelas partes de requinta, 1.º clarinete, 1.º pistom,
barítono, bombardino, baixo em si bemol e bateria; em seguida, 2.º clarinete e
2.º pistom, no dia 1.º de novembro. Desse dia há ainda cópias para trombones e
helicon não assinadas que, pela análise da grafia, reputamos ao Mestre Nozinho.
A escrita dele difere da de Américo na extensão das hastes (bem mais longas),
colchetes à esquerda e nas notas das linhas suplementares o traço não atravessa
a cabeça da nota ou haste, seguindo sempre do centro para a direita (de quem
vê). O traço de Mestre Nozinho é caracteristicamente mais econômico, o que,
obviamente, resulta numa partitura com menos manchas.
Ajuntada
à cópia de Américo chegou a nós partes extras com datas variadas e copistas não
identificados (um deles deixou somente as inicias M F S), como uma nova parte
para o segundo pistom escrita na década de 1940 (provavelmente, 1945) por Gilda
Melo Castro (1927-1960), filha do maestro; parte reduzida para 4 trompas com
data de 12 de novembro de 1923, baixo em dó datada de 13 de agosto de 1926 e
baixo si bemol de 18 de agosto de 1928; estas três últimas copiadas por Mestre
Nozinho que, posteriormente, em 18 de junho de 1945, acrescenta uma parte para
saxofone alto. Aliás, a introdução dos saxofones na banda de Pão de Açúcar
ocorreu somente em 1931 com a chegada do saxofone alto e mais ou menos 35 anos
depois das primeiras cópias desses arranjos encontrados no acervo de Tonho do
Mestre chegaria o saxofone tenor. A instrumentação padrão constituía-se de
requinta, clarinetes, pistons, trombones, saxhornes alto (trompa em mi bemol) e
barítono em si bemol, bombardino, helicon, caixa, bombo e prato a 2.
Na
forma padrão A-B-A-C, o dobrado Américo Castro Barbosa apresenta-se na
tonalidade de Lá bemol maior. Após uma breve introdução, a seção A se desenvolve
do compasso 10 ao 31, quando para a seção B modula no tom da dominante para
retornar ao compasso 26 e fazer o salto para a Coda (compasso 74). Curiosamente, não há ritornelos nas seções
A-B e o retorno se dá para a segunda parte da seção A (compasso 26) e não como é
mais comum para o compasso inicial da seção. Um interlúdio (compassos 74-92) em
que os tenores e baixos em uníssono são acompanhados pelos altos num ostinato
ritmo característico antecede a preparação para o Trio no tom da subdominante.
Uma frase sincopada soa no baixo seguida pelo tutti, preparando a seção C (o Trio), ambiente em que os trompetes
em uníssono entoam a melodia principal simultaneamente à contramelodia das madeiras que se
movimentam em sentido oposto.
Para
além desse serviço de recuperação de um acervo musical, mais do que restaurar
partituras antigas, pretendemos com essas edições contar a história das bandas
(da cidade de Pão de Açúcar, em particular) através da assimilação desse
repertório, seus usos nas datas capitais para a cultura local e como elas
resistiram ao tempo e aos humores dos colecionadores particulares até sua
redescoberta e o processo de recuperação e disponibilização para a banda atual.
Resgatando o ambiente histórico e personagens envolvidos, adaptamos as peças
para a banda moderna, o que implica acrescentar instrumentos que não eram comuns
na banda de origem, para a qual foram arranjadas — como, por exemplo, flauta e saxofones
alto, tenor e barítono.
Resgatamos,
assim, mais uma obra do compositor fundamental para a história das bandas em
Alagoas, restaurada e disponibilizada para as bandas no tempo exato em que se
comemora 160 anos de seu nascimento — maestro Benedicto Raymundo da Silva.
Benedicto Raymundo da
Silva
Cronologia
1859
– Filho de Francisco Antônio da Silva e
Luiza Romana da Conceição
,
Benedicto Raymundo da Silva nasce a 31 de agosto na cidade de
Maceió.
1870
– Destaca-se, aos 11 anos, como jovem
instrumentista iniciado pelo pai que desde muito cedo, mesmo antes de o filho
ter vida escolar, encarrega-se de sua educação musical.
1877
– Integra a Banda dos Artistas, da
Sociedade Recreio Filarmônico Artístico (fundada em 15 de agosto de 1876), do
notável maestro Valério de Farias Pinheiro (185? -1895). Pistonista virtuoso,
passa a ser conhecido pelo nome artístico de Benedicto
Piston.
1884
– Assume a regência da Filarmônica dos
Artistas, substituindo o maestro Valério Pinheiro que mudara sua residência para
a cidade do Pilar, onde dirige a Euterpe Pilarense (fundada em 1880).
1885 – Transfere-se
para a Sociedade Filarmônica Minerva (fundada em 1.º de novembro de 1885),
conduzindo essa corporação até 15 de março de 1887
.
1887
– Readmitido pela Sociedade Filarmônica
Minerva, protagoniza (em outubro), junto com o maestro Valério Pinheiro, da mais
célebre batalha musical já travada por duas bandas alagoanas. É a partir deste
ano que seu nome passa a aparecer nos jornais com maior frequência, tanto por
mérito artístico quanto pelo episódio com o professor Valério que havia
regressado a Maceió e conduzia, na ocasião, a Filarmônica dos Artistas na Festa
dos Martírios.
1888
– Inspirado na abolição da escravatura,
compõe o que hoje é uma das suas mais antigas produções impressas, a grande
valsa para piano O Brasil
Livre.
1889
– É impressa a polca Cysne Maceioense pela Tipographia e
Lytographia Norte (Maceió).
10 de setembro: envolve-se em nova contenda quando a Banda
de Música Minerva e a Filarmônica dos Artistas “estiveram na iminência de se
encontrarem e decidirem-se por meio de armas de que cada uma estava melhor
provida", segundo notícia publicada no jornal O Liberal do dia seguinte e em
parte contestada dias depois pela diretoria da "Minerva". (SANT’ANA,
1966)
1890
– É regente da Banda de Música da Escola
Central, educandário fundado em 1887 pela Sociedade Libertadora Alagoana,
inicialmente destinado à educação dos escravos e de menores abandonados e
dirigida – sem nenhuma remuneração – pelo professor Francisco Domingues da
Silva, grande abolicionista alagoano.
1892
– De seu casamento com Odorica Augusta da
Silva, nasce às 14 horas do dia 4 de outubro, na Rua Barão de Maceió, o filho
Benedicto.
1893 – Conduz a Sociedade Filarmônica
Minerva na abertura da temporada de concertos, em 30 de julho, no jardim da
Praça da Matriz. Ainda neste ano, passa a reger a Banda de Música da Sociedade
Beneficente Euterpe Alagoana, substituindo Pedro Adolpho Diniz Maceió (maestro e
clarinetista falecido em 1906).
1894 – Vence a concorrência pública para a
escolha da música do hino oficial do estado de Alagoas. Foram apresentadas,
perante comissão julgadora e público numeroso, 9 composições, no dia 27 de maio.
Apesar da aclamação popular obtida pela composição de Benedicto Silva, o
governador Gabino Besouro (1851-1930)
aguardou o juízo da comissão especialmente formada e, no dia 6 de junho de 1894,
assina o decreto-lei que institui a música do maestro Benedicto Raymundo da
Silva e versos do bacharel e poeta Luiz Mesquita (1861-1918) como hino oficial
do Estado de Alagoas.
1895
– Dirige a banda da Sociedade Beneficente
Euterpe Alagoana. No dia 4 de novembro, nasce seu filho
Carlos.
1896
– A 22 de outubro nasce João, seu terceiro
filho da união com dona Odorica.
1898 –
É mencionado por O Orbe — que notifica a
popularidade de sua obra, na edição de 30 de setembro — com um inusual prenome
composto, nos seguintes termos: “Os discursos eram seguidos da execução do bello
hymno do Estado das Alagoas, composição do maestro Benedicto Hippolyto Raymundo
da Silva”. Em 24 de dezembro, nasce-lhe o quarto filho, Manoel.
1899 – Conduz a Banda
da Escola de Aprendizes Marinheiros, onde vem ser seu aluno o jovem João Ulysses
Moreira
, tocando pistom.