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sábado, 19 de agosto de 2017

De Passinha e Anacleto

Nascido na cidade de Pão de Açúcar em outubro de 1908, Manoel Capitulino de Castro, vulgo Manoel Passinha, foi iniciado musicalmente pelo mestre Nozinho/Manoel Vitorino Filho (*1895+1960) que o admitiu criança como caixista na Banda da Sociedade Musical Guarany.

Aos 18 anos, ingressa na Banda de Música do 20.º BC, em Maceió, tocando clarinete. A partir daí, revela-se como multi-instrumentista, compositor, arranjador, regente, band leader, enfim, músico notável que faria história no Estado de Alagoas. 


Faleceu aos 84 anos de idade, em junho de 1993.

De maestro Passinha há no acervo da Filarmônica Mestre Elísio o pot-pourri (diz-se: “popurri”) Saudades de Maceió e o dobrado Lira da Saudade


Particularmente, conhecia mais da obra dele através do maestro Cafau que emprestara LP da Banda da Polícia Militar de Alagoas, gravado na década de 1970, com músicas e arranjos de Manoel Passinha. Não apenas dele, havia também um arranjo originalíssimo do também pão-de-açucarense Anacleto José de Souza, dos Ramos (família de ilustres músicos), feito para o sucesso de Wando à época: o samba-canção Moça.

Saudades de Maceió
ainda hoje integra nosso repertório. Aliás, é facilmente reconhecível, principalmente pelos conterrâneos residentes na capital, e sempre solicitada na principal festa da cidade, em fevereiro, também chamada pelos músicos de “nove noites”. A rigor, são 11 dias (1 tarde, 9 noites e manhã e tarde do 11.º dia). Sem contar as matinas eventuais, são 12 eventos consecutivos realizados entre a última semana de janeiro e a primeira de fevereiro.

Moça
 é mais uma das várias partituras compartilhadas via Pão de Açúcar e integrou nosso repertório no tempo em que fazíamos a transição para um estilo eclético, com MPB e música regional. Até então o que nos definia era o fato de sermos uma banda exclusivamente de dobrados, hinos cívicos, religiosos e canções marciais. 


(Áudio ilustrativo produzido no programa Sibelius com o Noteperformer integrado)