Augusto José Neto "Bujão" no pátio da Igreja de Nossa Senhora da Saúde (anos 1990) (Arquivo: Família Fernandes Fontes) |
Lamentamos profundamente a morte, ocorrida na manhã de ontem, de Augusto José Neto, mais conhecido por todos como Bujão, nosso amigo e colega bombardinista nos primeiros 11 anos da Filarmônica Mestre Elísio.
Filho de Otávio e
Raimunda; irmão de Generva e Ednólia (in memoriam), Rita e Ismael; tio de
Raimundo, Charridy e Ary Cherlinson; esposo de Fátima Fernandes; pai de Ana
Paula e Anne Karine; avô de Augusto, Sabrina, Letícia e Otávio; Bujão foi
mecânico de profissão, mas na atuação musical pôde realizar-se plenamente. E mesmo há 20 anos fora da banda ainda nutria a esperança de voltar
a tocar ainda que por único especial momento.
Pioneiro da FMEJS, foi aluno do mestre Elísio José de Souza (1911-1978) na década de 1960. Estudava saxhorn/trompa e tocava pratos na banda.
No
final da década de 1980, ele (agora no bombardino) e o sr. Elias Balaio (no
trombone), ex-integrantes da antiga banda do mestre Elísio, foram os primeiros
a se disponibilizarem para a restauração da banda municipal. Desta vez,
com a direção de Afrânio Menezes Silva, o mestre Bubu (1936-1991), a banda
estreou em 7 de setembro de 1989 com a participação deles mais os
pão-de-açucarenses, radicados em Piranhas, Zé Broinha (trompete) e Damião
(trombone), instrutor da banda marcial da Escola Cenecista
Cel. José Rodrigues, e os alunos piranhenses do mestre Bubu: Zilvan e Jaime,
clarinetes; os irmãos Jorge e Zé Carlos, trompetes; e alguns percussionistas da
banda marcial.
Mais que um colega de atuação musical, Bujão foi como um pai para todos nós iniciantes da banda de Piranhas naqueles primeiros anos. Incentivava e protegia. Trouxe sua esposa e filhas para a banda: Fátima no surdo, Ana nos arquivos e Karine no trompete.
Seu
ânimo foi tanto com a possibilidade de reativação da banda naquele ano (1989)
que com pouco tempo de aula, no mesmo dia em que mestre Bubu lhe confiou o
bombardino, parou terminantemente de fumar — confidenciou-nos mais tarde.
Em
dado momento, antes de termos sede própria, cedeu o porão de sua casa para os
ensaios do grupo recém-iniciado.
Personalidade
forte e contestadora, comum aos Fontes, não raro apresentava uma atitude conflituosa, porém,
era humilde o suficiente para superar as diferenças em favor de um bem maior: a
relação fraterna necessária para a sobrevivência da banda.
No
ano 2000, por motivo alheio à sua vontade, junto com esposa e filhas,
deixou a Mestre Elísio. Desde então, e muito mais agora, reverenciamos sua história nas bandas de música desta cidade.
À família enlutada nos juntamos neste difícil e imperativo esforço de superar a dor da perda.
Descanse
na Santa Paz do Senhor, Bujão...