sexta-feira, 14 de maio de 2021

Centenário de falecimento do Maestro Benedito Silva (1859-1921)

Há 100 anos falecia Benedito Raimundo da Silva (*31/08/1859 †14/05/1921), o Benedito Piston, grande compositor e instrumentista maceioense do final do século 19.

Autor do Hino de Alagoas, em parceria com o poeta Luiz Mesquita, o maestro Benedito Silva já teve, neste blog, sua biografia e parte da obra retratada pela pesquisa Billy Magno/F. Ventura, em pelo menos três publicações, desde o ano de 2018.

Para comemorar este centenário, apresentamos o que de sua produção original foi resgatado pelos maestros: Régis Duprat (*Rio de Janeiro, 1930) e Rogério Duprat (1932-2006) na série de discos Três Séculos de Música Brasileira (1978); Luiz Gonzaga Carneiro "Gonzaguinha" (*Paulista, PE, 1928) e o arranjador Osvaldo Pinto Barbosa "Vavá" (*Guarabira, PB, 1933) na série Bandas de Música de Ontem e de Sempre (1983;1990), patrocinada pelFederação Nacional de Associações Atléticas Banco do Brasil (FENAB), com a produção musical do pesquisador José Silas Xavier (*Guarani, MG, 1939); e ainda o que foi gravado pelo pianista Joel Bello Soares (*Rio Largo, AL, 1934) no disco Valsas, Polkas e Mazurkas - A Música Alagoana do Início do Século (1987). 

Obs.: A disposição dessas obras segue a ordem cronológica inversa. Com exceção do Hino de Alagoas, os demais áudios são extratos dos discos completos disponíveis no You Tube. Portanto, cada música de Benedito Silva  é antecedida/sucedida por obras de autores diversos, todos especialmente alagoanos no caso particular do disco de Joel Bello Soares. 


José e Ritinha brincando (polca). Banda de Música de ontem e de sempre - Vol. II. Brasília: FENAB, 1991. LP. Disco 3. Lado B. Faixa 10 (2’18’’)

Os Boêmios (schottisch). Joel Bello Soares: Valsas, Polkas e Mazurkas - A Música Alagoana do Início do Século. Rio de Janeiro, 1987. LP. Lado B, Faixa 4 (2’09”)

Os Boêmios (schottisch). Banda de Música de ontem e de sempre - Vol. I. Brasília: FENAB, 1983.

Ferreira d’Almeida. Valsas & Polcas: Três Séculos de Música Brasileira Vol. I. Rio de Janeiro: Copacabana, 1978. LP. Disco 1, Lado B, Faixa 2 (3’50”).

Francisco CalheirosValsas & Polcas: Três Séculos de Música Brasileira - Vol. IRio de Janeiro: Copacabana, 1978. LP. Disco 1, Lado A, Faixa 5 (3’55”)

Hino do Estado de AlagoasBanda da Polícia Militar de Pernambuco. Recife: Mocambo, 1957. LP. 78 RPM. Faixa 1. (2'53")


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Augusto José Neto Bujão (Piranhas, 2 jun. 1951 – Arapiraca, 4 jan. 2021)

Augusto José Neto "Bujão" no pátio da Igreja de Nossa Senhora da Saúde (anos 1990)
(Arquivo: Família Fernandes Fontes)


Lamentamos profundamente a morte, ocorrida na manhã de ontem, de Augusto José Neto, mais conhecido por todos como Bujão, nosso amigo e colega bombardinista nos primeiros 11 anos da Filarmônica Mestre Elísio.

Filho de Otávio e Raimunda; irmão de Generva e Ednólia (in memoriam), Rita e Ismael; tio de Raimundo, Charridy e Ary Cherlinson; esposo de Fátima Fernandes; pai de Ana Paula e Anne Karine; avô de Augusto, Sabrina, Letícia e Otávio; Bujão foi mecânico de profissão, mas na atuação musical pôde realizar-se plenamente. E mesmo há 20 anos fora da banda ainda nutria a esperança de voltar a tocar ainda que por único especial momento.

Família Fernandes Fontes com a farda da Banda de Música Mestre Elísio à época, final da década de 1990:
da esq. para dir. Karine, Bujão, Fátima, Ana e o pequeno Carlos Augusto, seu filho e o primeiro neto do casal Fá-Bujão.
(Arquivo Família Fernandes Fontes)

Pioneiro da FMEJS, foi aluno do mestre Elísio José de Souza (1911-1978) na década de 1960. Estudava saxhorn/trompa e tocava pratos na banda.

No final da década de 1980, ele (agora no bombardino) e o sr. Elias Balaio (no trombone), ex-integrantes da antiga banda do mestre Elísio, foram os primeiros a se disponibilizarem para a restauração da banda municipal. Desta vez, com a direção de Afrânio Menezes Silva, o mestre Bubu (1936-1991), a banda estreou em 7 de setembro de 1989 com a participação deles mais os pão-de-açucarenses, radicados em Piranhas, Zé Broinha (trompete) e Damião (trombone), instrutor da banda marcial da Escola Cenecista Cel. José Rodrigues, e os alunos piranhenses do mestre Bubu: Zilvan e Jaime, clarinetes; os irmãos Jorge e Zé Carlos, trompetes; e alguns percussionistas da banda marcial.

Banda de Música Mestre Elísio no ano de sua criação, em 1989.
Da esq. para dir.: Jorge (trompete), Bujão (bombardino), Zé Broinha (trompete), Tilo (trompete),
Damião (trombone), Zé Carlos (trompete); atrás: Zilvan (clarinete), sr. Elias Balaio (trombone) e Mestre Bubu.
(Arquivo: Família Fernandes Fontes)

Mais que um colega de atuação musical, Bujão foi como um pai para todos nós iniciantes da banda de Piranhas naqueles primeiros anos. Incentivava e protegia. Trouxe sua esposa e filhas para a banda: Fátima no surdo, Ana nos arquivos e Karine no trompete.

Seu ânimo foi tanto com a possibilidade de reativação da banda naquele ano (1989) que com pouco tempo de aula, no mesmo dia em que mestre Bubu lhe confiou o bombardino, parou terminantemente de fumar — confidenciou-nos mais tarde.

Em dado momento, antes de termos sede própria, cedeu o porão de sua casa para os ensaios do grupo recém-iniciado.

Personalidade forte e contestadora, comum aos Fontes, não raro apresentava uma atitude conflituosa, porém, era humilde o suficiente para superar as diferenças em favor de um bem maior: a relação fraterna necessária para a sobrevivência da banda.

No ano 2000, por motivo alheio à sua vontade, junto com esposa e filhas, deixou a Mestre Elísio. Desde então, e muito mais agora, reverenciamos sua história nas bandas de música desta cidade.

À família enlutada nos juntamos neste difícil e imperativo esforço de superar a dor da perda.

Descanse na Santa Paz do Senhor, Bujão...



sábado, 2 de janeiro de 2021

Maestro Petrúcio Ramos de Souza (1946 - 2021)

Maestro Petrúcio Ramos de Souza na Sede da FMEJS. Piranhas / AL, 16  mar. 2018.
(Foto: F. Ventura)

Profundamente consternados, recebemos a notícia da morte, ocorrida na madrugada de ontem, do maestro pão-de-açucarense Petrúcio Ramos de Souza -- Suboficial reformado da Aeronáutica Brasileira, trompetista, compositor, ex-regente da Banda da Base Aérea de Salvador e, em Pão de Açúcar/AL, da Sociedade Musical Guarany.

Nós da FMEJS, além do devido respeito ao grande músico, mantínhamos um especial apreço desde que solicitamos sua presença com a Banda Jaciobá, em novembro de 2017, na homenagem póstuma que promovíamos ao maestro Cafau (1938-2009), seu conterrâneo colega músico, amigo e compadre. Fomos generosamente atendidos. Cinco meses depois o recebemos novamente. Em nossa sede, deu-nos uma aula memorável. 

Há um ano, na semana da Festa de Reis, 11 de janeiro, um pequeno grupo da FMEJS foi a Pão de Açúcara seu pedido, confraternizar tocando parte do seu rico repertório. Vimos pela última vez o grande mestre em outubro, uma semana depois do seu aniversário de 74 anos. Estava saudável, com grande disposição para produzir. Ontem, na virada do ano, comemorava em sua residência com amigos quando veio a falecer.

À família enlutada, apresentamos nossos pêsames.




Abaixo, breve perfil biográfico extraído do ABC das Alagoas on-line:

SOUZA, Petrúcio Ramos de (Pão de Açúcar - AL, 27/09/1946 - 01/01/2021). Compositor, músico, maestro. Filho de Luiz José dos Santos e Izaura Ramos dos Santos. Estudou no Grupo Escolar Bráulio Cavalcante e Ginásio Dom Antônio Brandão. Teve iniciação musical com o mestre Nozinho, passando a tocar em 1954, quando tinha oito anos de idade, na Filarmônica Guarany de Pão de Açúcar (AL). Tocou: Percussão (1954), saxhorne (1956) e trompete (1957), além de outros. Em 1965, ingressa no 19° Batalhão de Caçadores de Salvador. Já em 01/08/1966, como 3° sargento ingressa na banda de música da Base Aérea de Salvador, assumindo, o comando da corporação musical no período de 1985 a 1996. Foi transferido para a reserva na patente de tenente. Em Salvador, assumiu a coordenação do conjunto musical da TV Itapoan. Fez parte da orquestra do Cassino Tabaris, atuou na Rádio Excelsior. Participou da orquestra do saxofonista Ivanildo dos Santos (saxofone de ouro). Com os irmãos formou  orquestra carnavalesca, a Banda Bacana. Em 1988, foi responsável pela revitalização da Filarmônica Guarany, de Pão de Açúcar. Compôs: Benção ao Papa João de Deus e uma coletânea infantil.



Mais informações:
LUCENA, Wilson José Lisboa. Petrúcio Ramos de Souza. In: Tocando Amor e Tradição - A Banda de Música em Alagoas. Maceió: Viva Editora, 2016. Vol. II, pp. 169-170.
SOUZA, Petrúcio Ramos de. ABC das Alagoas: Dicionário Biobliográfico, Histórico e Geográfico de Alagoas. Disponível em: <http://abcdasalagoas.com.br/verbetes.php> Acesso em: 2 jan. 2021.