sexta-feira, 25 de abril de 2025

SONS DO SERTÃO

 

A Associação dos Músicos de Piranhas-Alagoas (AMPA) promove no dia 30 de abril, a partir das 19 horas, no Pátio da Feira, localizado no Bairro Nossa Sra. da Saúde, em Piranhas, o Festival Sons do Sertão.

O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (Minc), operacionalizado pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult). 

Este apoio fundamental demonstra o reconhecimento e o investimento na valorização dos artistas locais.

Mais informações: https://www.instagram.com/ampa.piranhas.al/

 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

A MICAREME PIRANHENSE

Carnaval fora de época, a Micareme está intimamente ligada ao calendário religioso. Tem origem no termo francês "Mi-Carême", que significa "meia Quaresma". Originalmente, na Europa, era uma celebração que marcava a metade do período da Quaresma, oferecendo um breve respiro das abstinências e jejuns. Em outras partes do Brasil, a Micareme evoluiu para a Micareta, desvinculando-se do calendário religioso e ganhando características próprias.

Na cidade de Piranhas, continua vinculada ao calendário religioso, sendo realizada exclusivamente após o final da Quaresma, com o Zé-Pereira após a malhação de Judas, no Sábado de Aleluia, primeira folia no Domingo de Páscoa e nos dois dias subsequentes.

Interessante notar como os principais eventos profanos são condicionados pelo calendário litúrgico: os shows "extra Ecclesiam" nas festas dos padroeiros, o Carnaval (três dias antes do início da Quaresma), a Micareme (três dias depois do final da Quaresma), as festas juninas, os folguedos natalinos etc.

As famílias herdeiras dos blocos tradicionais, Os Trovadores e As Borboletas, dão conta de que a micareme piranhense se iniciou na década de 1920, porém estudo feito por L. Brito (1995) revela que esses blocos nasceram para o Carnaval de 1924. Logo, não teriam sido para a Micareme. No entanto, no primeiro evento teria havido um conflito tão absurdo que ambos só retornariam quarenta anos depois, na década de 1960, agora reorganizados sob a liderança de Zé Nego e Mané Cego, dois remanescentes do evento inaugural de 1924. E nesse retorno, então, teriam iniciado a tradição do Carnaval pós-Quaresma, a Micareme.

A escritora Rosiane Rodrigues, em seu livro seminal para a nossa cultura, Piranhas: retrato de uma cidade, cita os blocos apenas uma vez, na lista dos eventos folclóricos (pág. 22). Na parte em que registra o depoimento de Miguel Arcanjo de Medeiros, ferroviário pernambucano que movimentou culturalmente a cidade de Piranhas na segunda metade da década de 1950, não há nenhuma indicação de que esses blocos classificados de folclóricos tenham atuado naquela época.

Logo, corrobora o estudo de Brito (1995) que evidencia que os blocos foram desativados após o primeiro evento e não voltaram antes da década de 1960, época da desativação da ferrovia.

Segundo Miguel Medeiros:

Passada a época natalina, vinha o Carnaval -- como todos os habitantes da orla ribeirinha são fervorosos adeptos do catolicismo, que era quase a totalidade da população, não havendo em todo o território piranhense um só templo evangélico, o lançamento dessa festa profana seria uma demonstração de idolatria, despertando seres adormecidos, paganismo latente.
Em tempos idos, surgiu em Piranhas um bloco carnavalesco com a denominação "Amantes da Folia" que poderia agora ressurgir trazendo um toque da cultura passada na arte de representar. Criei, então, a troça "Urso Amigo" que preencheu o cenário com suas figuras acompanhantes ao som de uma sanfona, bombo e triângulo, revolucionando a cidade, pelo ineditismo do "Bloco dos Mascarados", também chamados popularmente de "Caretas". 
[...] 
A Dramática liderou uma série de atividades, todas voltadas para a cultura, com participação e colaboração da sociedade, sem preconceitos de classe, cor ou credo, político ou religioso, um verdadeiro apanágio ativista de democracia social. Dispunha, na época, do material administrativo da Estrada de Ferro, com seu Almoxarifado, o que facilitava nosso trabalho. (RODRIGUES, Rosiane. Piranhas: retrato de uma cidade. Maceió: Edufal, 2012, pág. 63) 

A frase "Em tempos idos, surgiu em Piranhas um bloco carnavalesco com a denominação 'Amantes da Folia' que poderia agora ressurgir trazendo um toque da cultura passada na arte de representar" sugere que o ferroviário ignora completamente os blocos da micareme, coisa que não aconteceria se efetivamente eles estivessem ativos durante sua passagem por Piranhas a partir de 20 de outubro de 1953.

Ou se refira aos Amantes da Folia apenas no contexto das atividades da Sociedade Dramática e Recreativa Familiar, órgão da administração ferroviária, deliberadamente negando a relevância dos blocos periféricos (?) -- o que não é provável.

Esse depoimento foi dado trinta anos depois de sua atuação em Piranhas.

Após toda essa investigação baseada em estudos relativamente recentes, recorremos à tradição familiar que comemora neste fim de semana os 101 anos dos Trovadores, os 98 anos das Borboletas e os 20 anos dos Trovoletas, bloco infantil que aglutina filhos e netos dos foliões de ambos os blocos tradicionais.

Ano passado, essa folia piranhense ganhou matéria em rede nacional sob a alcunha de blocos épicos: "porque transcendem a experiência comum, marcando a história do Carnaval regional por seu impacto cultural e memórias duradouras, que se destacam por uma combinação de elementos que os elevam a um patamar lendário".


F. Ventura (2025)

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AL TV 1ª Edição. Moradores de Piranhas comemoram a Páscoa com desfile de blocos. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/12482292/

BOM DIA ALAGOAS. Bloco "Os Trovadores" completa 100 anos com festa em Piranhas. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/12481506/

BRITO, Luciano J. R. A Ordem e a Malandragem. [Trabalho na disciplina História Urbana, sob a orientação do Prof. Robert Moses Pechman, do Curso de Especialização em Planejamento e Uso do Solo Urbano, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro -- Novembro de 1995]. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995.

CINECLUBE DA CASA. Bloco Os Trovadores: 100 anos de glória e tradição. Documentário. 17'44". Disponível em: https://youtu.be/5LXaDRovNTA

JORNAL HOJE. Blocos Trovadores e Borboletas mantém tradição centenária e desfilam em Piranhas, AL. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/12482668/

JR3 Comunicação Digital. Os Trovadores: 100 anos. Documentário. 15'. Disponível em: https://youtu.be/6igZfUOIuNw

RODRIGUES, Rosiane. Piranhas: retrato de uma cidade. Maceió: Edufal, 2012.


CANÇÕES MINEIRAS (W. TISO)

terça-feira, 8 de abril de 2025

MUSESCORE, SIBELIUS OU DORICO?

 (O texto a seguir foi gerado pelo modelo de linguagem Gemini do Google)


A escolha do melhor software de edição musical depende das suas necessidades e do seu nível de experiência.

MuseScore:

  • Vantagens:
    • Gratuito e de código aberto.
    • Interface intuitiva e fácil de usar.
    • Comunidade ativa e grande quantidade de recursos online.
    • Atualizações frequentes.
  • Desvantagens:
    • Recursos avançados limitados em comparação com softwares pagos.
    • Pode apresentar limitações de desempenho em partituras muito complexas.

Sibelius First:

  • Vantagens:
    • Recursos mais profissionais do que o MuseScore.
    • Qualidade de saída profissional.
    • Reconhecido como padrão da indústria.
  • Desvantagens:
    • Versão limitada do Sibelius Ultimate.
    • Curva de aprendizado mais íngreme para iniciantes.

Sibelius Ultimate:

  • Vantagens:
    • Software profissional completo com recursos avançados.
    • Padrão da indústria para compositores e editores de música.
    • Excelente desempenho em partituras complexas.
  • Desvantagens:
    • Custo elevado.
    • Curva de aprendizado complexa.

Dorico SE (Free):

  • Vantagens:
    • Versão gratuita do Dorico, um software de notação musical moderno e poderoso.
    • Interface limpa e intuitiva.
    • Recursos avançados de layout e formatação.
  • Desvantagens:
    • Recursos limitados em comparação com as versões pagas do Dorico.
    • Limita o número de instrumentos e jogadores.

Qual escolher?

  • Para iniciantes e uso casual: MuseScore ou Dorico SE são excelentes opções gratuitas.
  • Para estudantes e músicos semiprofissionais: Sibelius First oferece um bom equilíbrio entre recursos e custo.
  • Para profissionais e compositores exigentes: Sibelius Ultimate é a escolha ideal, apesar do preço elevado.

Considerações adicionais:

  • Se você valoriza a facilidade de uso e uma comunidade ativa, o MuseScore é uma ótima escolha.
  • Se você precisa de recursos profissionais e qualidade de saída superior, o Sibelius é uma excelente opção.
  • Se procura um software moderno, com um layout bonito, o Dorico pode ser uma boa escolha.

Recomendo experimentar as versões gratuitas (MuseScore e Dorico SE) para ver qual software se adapta melhor ao seu fluxo de trabalho antes de investir em uma versão paga.