terça-feira, 23 de abril de 2024

OFICINA MUSICAL: INSCRIÇÕES ENCERRADAS

As inscrições para Oficina de Capacitação para Instrutores de Banda nos dias 26 e 27 de abril próximos no Conservatório Municipal, centro histórico de Piranhas, estão encerradas. 

O projeto é realizado com recurso da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, operacionalizado pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa.

segunda-feira, 4 de março de 2024

PLAYLIST LEURENY CANTA ROSIANE RODRIGUES


Leureny:
Cantora, natural de Paulo Jacinto/AL. "Montou uma banda feminina e participou de vários festivais de música, ganhando vários prêmios, principalmente como melhor intérprete.  Funcionária da Embratel, na qual se aposentou.  Cantora popular, tendo se apresentado no Rio de Janeiro, onde viveu por três anos. Uma das poucas a obter a nota 10 no famoso, à época,  programa de Júri do Flávio Cavalcanti, na TV. Voltou a viver em Maceió: em 1973. Em 1979, apresentou-se em um Show no Teatro de Arena. Porém, nunca abandonou sua carreira de cantora, participando de Festivais e, durante certo tempo, em temporadas no Hotel Beira Mar. Ainda em Maceió: gravou, em 2000, um LP independente, com produção e direção de Rosinha de Valença, Lançou em 2001, o CD  Dama da Noite." (BARBOSA, Leureny...  Barros. ABC das Alagoashttp://abcdasalagoas.com.br/verbetes.php)           

Rosiane Rodrigues:

Escritora, natural de Piranhas/AL. "Poetisa, compositora, médica. (...) Teve músicas de sua autoria editadas, em 1982, no disco Convite e Primeiro e Único de compositores, músicos e intérpretes alagoanos e do cantor nordestino Pajeú do Sertão, com quatro e duas faixas de sua autoria, respectivamente. O CD intitulado Alagoas, Meu Encanto, v. 2, uma produção do Governo de Alagoas, 2001, tem uma faixa de sua autoria, intitulada  Forrozando em Piranhas. Lançou, ainda, no Teatro Deodoro e em Piranhas, o CD Vem Ver Pra Crer – Leureny canta Rosane Rodrigues, em 2004." (CAVALCANTI, Rosiane Rodrigues ...   de Alencar. ABC das Alagoashttp://abcdasalagoas.com.br/verbetes.php)    

 

sábado, 2 de março de 2024

MARIA ROSA E O CENTENÁRIO DOS TROVADORES



ORIGENS

"A história é um campo de disputa onde diferentes grupos sociais lutam para impor sua própria versão do passado." - E. P. Thompson


Única partitura remanescente do bloco carnavalesco Os Trovadores, Maria Rosa tem autoria atribuída a Bianor Soares, conforme escreve Mestre Nemésio três dias depois do Carnaval de 1945, sexta-feira, 16 de fevereiro. É uma das catorze marchas ainda hoje cantadas pelo bloco que tem seu centenário comemorado este ano.

Não se tem certeza que essa composição tenha sido criada para Os Trovadores. Seria mais uma das várias marchas dos carnavais antigos incorporadas ao repertório. São poucas as exclusivas da folia piranhense. 

Juntam-se a ela mais treze marchas no repertório fixo: Bota-foraCabrocha baianaCarnaval é reiEra um notórioMarianaMorcegoNa praia do LemeQuem pode com eleSeu DiretorTerceiro anoTrovadoresVelho e Vira.

Nas cores verde, vermelho e branco, o bloco se compõe de cerca de 60 passistas, porta-estandarte e mestre-sala (diretor ou puxador de bloco), 5 tocadores (sanfoneiro, saxofonista, zabumbeiro, pandeirista e triangulista) com cavaquinhista eventual, mais 2 personagens cômicos: o velho e o morcego.

Tradicionalmente percorrem o centro histórico do Sábado de Aleluia à Terça-feira Gorda, pousando em casas de família ou comerciais que lhes oferecem bebidas típicas.

A origem do bloco é controversa e evidencia a disputa pelo protagonismo das famílias históricas.

Duas versões prevalecem sobre a constituição do bloco em 1924. A primeira dá conta que o filho mais velho do deputado coronel José Rodrigues de Lima, Antônio Rodrigues de Lima, trouxe para Piranhas a folia de Salvador, de onde copiou fantasia, enredo e alegoria. Ele estudava Medicina na capital baiana. Nas férias, viabilizou a folia.

Formado por vinte e três jovens da elite piranhense, como os Rodrigues de Lima e os Porfírio de Britto, esse bloco estrearia no domingo de Carnaval, 2 de março de 1924, partindo do Cabrobó, na entrada da cidade.

Ao mesmo tempo, outro bloco foi formado. Dessa vez, com populares, homens e mulheres, liderados pelo coletor estadual Manoel Silva. Eram As Borboletas. Aqui os jovens Zé Nego e Liquinha se destacavam.

No dia da apresentação, Os Trovadores desceram a ladeira do Cabrobó enquanto que As Borboletas subiam a partir do Canto.

No encontro dos blocos no recinto ferroviário houve confusão desenfreada, evidenciando mais do que a rivalidade comum de foliões, mas uma luta de classes, já que era a elite luxuosa e perfumada sendo desbancada na preferência popular por um rival periférico.

Resultado: os blocos deixaram de se apresentar por quarenta anos, só retornando na década de 1960, agora recriados sob a liderança de Zé Nego (Os Trovadores) e Mané Cego (As Borboletas), apresentando-se não mais no Carnaval anterior à Quaresma, mas no período da Páscoa, chamado Micareme (palavra de origem francesa que designa o carnaval fora de época).

Assim é o que descreve o primeiro estudioso¹ da folia piranhense em 1995, 71 anos depois da criação dos Trovadores.

Por outro lado, a família herdeira de Zé Nego, mantenedora do bloco, conta história totalmente diferente.

Segundo ela, o bloco teve origem pelos portuários e trabalhadores da ferrovia sob a liderança de Zé Nego, um cearense do Crato radicado em Piranhas. O Bloco As Borboletas seria uma dissidência daquele primeiro bloco, sendo criado três anos depois, em 1927, por Manoel Leandro dos Santos, o Mané Cego.

Ao contrário do que registra o pesquisador pioneiro, o bloco teria sido criado não para o Carnaval (pré Quaresma), mas para a Micareme (pós Semana Santa).

Independentemente da versão que se considere mais, são fatos:

  1. Antônio Rodrigues de Lima foi eleito mais tarde prefeito de Piranhas, e não consta que tenha se interessado em reorganizar o bloco após o primeiro ano;
  2. Historicamente, a Micareme, tal como a percebemos hoje, estabeleceu-se no Brasil na década de 1930 no estado da Bahia;
  3. O bloco piranhense guarda em seu figurino e formação semelhanças a outros folguedos;
  4. José Filgueira da Silva "Zé Nego" e Maria dos Santos "dona Liquinha" foram lideranças incontestes por décadas até as suas mortes. Sob eles, o bloco obteve status de patrimônio regional por aclamação popular;
  5. A família Filgueira da Silva até hoje organiza a folia, e criou em 5 de fevereiro de 2017 a Associação Bloco Carnavalesco Os Trovadores.


F. Ventura
Fev.2024


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¹BRITO, Luciano J. R. A Ordem e a Malandragem. [Trabalho na disciplina História Urbana, sob a orientação do Prof. Robert Moses Pechman, do Curso de Especialização em Planejamento e Uso do Solo Urbano, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro -- Novembro de 1995]. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

BENDITO — EGILDO VIEIRA


Esta composição do alagoano Egildo Vieira (1947-2015) integra o primeiro LP do Quinteto Armorial, Do Romance ao Galope Nordestino (1974). Evoca as novenas nas noites de uma cidadezinha do interior e comenta musicalmente o fluxo de fiéis que, ao chamado dos sinos, movimentam-se ao som de benditos e ladainhas no interior da igreja e de grupos de pífano no pátio externo, assim como o autor percebia em sua infância.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

SARGENTO CALHAU (DOBRADO N. 215 )


História da Canção Cisne Branco

Texto originalmente publicado por Lúcio Lucena no Blog do Lucena em 15/12/2010

    

    Antonino Manoel do Espírito Santo (ou Antônio) foi Sargento Músico do 50º Batalhão de Caçadores em Salvador e, nas décadas de 1920 a 1930, já falecido, foi considerado um dos maiores compositores de Dobrados do Nordeste. Entre suas obras mais conhecidas e executadas estão: "Avante Camaradas" e "Bombardeio da Bahia". Foi ao som desta primeira que os nossos Pracinhas desfilaram no Rio de Janeiro antes de embarcar para a Itália em 1942.
    Certa feita, Antonino Manoel do Espírito Santo compôs um dobrado em homenagem a um amigo, também Sargento Músico do Exército, cujo sobrenome, CALHAU, batizou o Dobrado. É muito comum que os Mestres de Banda e os próprios músicos façam intercâmbio de seus repertórios. Foi em uma viagem de regresso da 2ª Companhia Regional de Fuzileiros Navais de Salvador, que os músicos do Corpo de Fuzileiros Navais de lá trouxeram o Dobrado "Sargento Calhau", àquela época, bastante tocado pelas Bandas de Música do Exército Brasileiro. Então, as Bandas de Marinha começaram a executá-lo. Em suas paradas e retretas, tornando-o conhecido entre Marinheiros e Fuzileiros.
    Em 1926 achava-se embarcado no Navio Escola Benjamim Constant, o Sargento cearense Benedito Xavier de Macedo, que fizera um poema, intitulado CISNE BRANCO, em homenagem ao Navio, um veleiro, classificado "GALERA". Benedito Xavier de Macedo não encontrou dificuldades para fazer uma associação entre o seu poema com a Melodia daquele dobrado que passou a ter o título de "SARGENTO CALHAU - CISNE BRANCO". Mas os copistas, por omissão ou mesmo por simplificação, passaram a chamá-lo apenas de CISNE BRANCO.
    Na década de 50, passou a ser muito cantado nas Escolas de Aprendizes Marinheiros, agora com o novo título de CISNE BRANCO - CANÇÃO DO. MARINHEIRO, omitindo assim o nome verdadeiro, "Sargento Calhau". A tradição acabou por fazer desaparecer, definitivamente, o nome original.
    Em princípio, o Cisne Branco era cantado apenas uma vez, assobiando-se as duas partes seguintes da Canção. O Trio, parte mais vibrante da peça, composto em tom maior, não tinha letra até que, em 1978, realizou-se por ocasião da Semana da Pátria um grande concerto no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial no Rio de Janeiro. O programa previa a execução de CANÇÕES patrióticas na primeira parte do Concerto, o que levou o Maestro Osvaldo Passos Cabral a introduzir, na segunda parte do Trio as frases de exaltação VIVA, VIVA, VIVA A MARINHA e VIVA A MARINHA DO BRASIL, repetidas várias vezes.
    O "CISNE BRANCO" é atualmente uma canção militar conhecidíssima no BRASIL, estando associada pelo povo à sua Marinha. A letra desta canção também é reinvindicada pelo oficial Francisco Dias Ribeiro, de acordo com o que se segue: Em 1977, por meio de intensa pesquisa levada a cabo pelo Vice-Almirante (IM-RRm) Estanislau Façanha Sobrinho, ficou constatado que o Tenente Dias Ribeiro poderia ser o autor desta letra. Em 1916, o então 1º Tenente Francisco Dias Ribeiro, que servia no Quartel de Marinheiros, à época localizado na Ilha de Villegagnon, escreveu uma poesia inspirada no veleiro Benjamim Constant, o navio-escola, chamado de Cisne Branco, e a adaptou ao Dobrado Sargento Calhau, dando origem à conhecida canção que se tornou o hino oficial da Marinha do Brasil.


Sebastião da Cruz (Suboficial Fuzileiro Naval Músico da Reserva da Marinha e Presidente da Academia Santoamarense de Letras)






sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

ANTÔNIO MANOEL DO ESPÍRITO SANTO (1884-1913)



Filho de um soteropolitano com uma alagoana de Palmeira dos Índios, Antônio Manoel do Espírito Santo é um dos maiores compositores de dobrado militar da História do Brasil. 

Obras: Bombardeio da Bahia, Dobrado 220 (Avante Camaradas), Dobrado 221 (Um Adeus), Dobrado 222 (Último Adeus), Quatro Dias de Viagem, Sargento Calhau (Cisne Branco), Sargento Caveira etc.