domingo, 25 de agosto de 2019
Dobrado Capitão Cassulo/Canção do Soldado — um caso de autoria controversa
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Centenário de Luiz Gonzaga da Silva (1919-2006)
“A diversidade cultural de nosso país construiu um universo de significados e expressões particulares de grande força, que se traduzem na essência de nossa própria brasilidade. A riqueza das migrações internas no Brasil, no momento histórico da cidade do Rio de Janeiro como capital federal, proporcionou o desenvolvimento de diversas manifestações estéticas e culturais singulares, num cenário intercultural. Nesse contexto surge a figura do músico alagoano Luiz Gonzaga da Silva, que escolhe o Grande Rio como foco do desenvolvimento de uma trajetória iniciada na infância e adolescência no coração do interior do Nordeste, que exerceu fortes influências sociológicas e antropológicas que enriqueceram seu trabalho como compositor, professor e artesão. Luiz Gonzaga se estabelece no Rio de Janeiro, onde expande o seu fazer musical através de estudos de harmonia e contraponto, de performances em diferentes formações e do ensino do violão em diversas instâncias acadêmicas. Nesse caldeirão de forças, influências e miscigenações, desenvolve uma linguagem particular na composição para o instrumento, que se soma a todo um movimento de enriquecimento da tradição brasileira, que tem o violão como símbolo primeiro de sua expressão musical. A Universidade Federal Fluminense faz no alvorecer do terceiro milênio o resgate histórico da constituição dessa expressão de nossa nacionalidade. A presente edição oferece vinte peças selecionadas de um acervo de mais de quinhentas obras, na certeza de estar contribuindo para a difusão de um dos criadores e instrumentistas mais representativos da história musical brasileira contemporânea".
I — A Fábrica de "Pedra"
Fábrica da Pedra, Delmiro Gouveia (AL). |
domingo, 4 de agosto de 2019
Semana de práticas interativas
Em Aubade o solo de bombardino ficou a cargo do maestro Leléo, com a banda conduzida por Daniel que, logo após, realizou o solo da peça de A. Reed, cara ao repertório de concertistas:
"desenvolvida em forma de variação livre de um tema de oito compassos. Depois de uma breve introdução, este tema aparece pela primeira vez. Existem três variações com um interlúdio curto após a primeira variação, o tema reaparece em sua forma original antes que o interlúdio retorne para formar a coda. As melodias em Solo Trumpet e orquestra se entrelaçam como um diálogo, amplo e cantado." (Adaptação da Nota de Programa de Alfred Reed, 1956).Iniciado na Mestre Elísio, Daniel saiu em 2014 para estudar no conservatório onde já havia outro egresso da banda de Piranhas, o clarinetista Jonas Santos.
terça-feira, 30 de julho de 2019
GMAP e o legado de Egildo Vieira
Mestre Egildo Vieira (1947-2015) |
Há exatamente 4 anos falecia nosso mestre maior Egildo Vieira do Nascimento — flautista, compositor, pesquisador, luthier nascido na cidade de Piranhas a 20 de julho de 1947, filho de dona Alaíde Vieira com o sr. Antônio Balbino do Nascimento.
Artista multifacetado retornou à cidade natal há 10 anos com o objetivo de reformar a educação musical dos conterrâneos e mais: fazer desta parte do sertão — através da pesquisa que desenvolvera com materiais como taquaras e cabaças, etc. — referência em confecção artesanal e prática de instrumentos de cordas, sopro e percussão (rústicos) para os quais havia composto um repertório exclusivo de temática armorial, inédita na região. Ilustra muito bem esse projeto o trio que desenvolveu para o SESC - Sonora Brasil de 2007, onde junto com os músicos Jean Elton (contrabaixo) e Aglaia C. Ferreira (violino e rabeca) excursionou pelo Brasil apresentando repertório original para vários instrumentos de sua própria confecção, como o ariano, o pirrabecaço, o marimpífano e o violão basso, além de pífanos variados com sua assinatura.
Assim, Sônia Guimarães, para o catálogo do Sonora Brasil 2007, testifica sobre Egildo Vieira e sua arte:
Pouca diferença separa o menino de cinco anos que, contente por chover no sertão de Piranhas, Alagoas,comemorava cantando os solfejos de Alex Garaudé e o menino de 59 que hoje inventa, com materiais como cabaça, bambu e taquara, instrumentos que atendam ás necessidades da música que de si deságua.
O menino Egildo começou a tocar seu primeiro instrumento, a flauta de canudo de mamoeiro, criado por seu pai Demésio [sic] Teixeira, clarinetista com quem iniciou os primeiros estudos de teoria e solfejo; aos sete anos ingressou na banda de música do município tocando clarinete e mais tarde participou de folguedos como o Reisado e Marujada, seguindo sua verve criadora fundando bandas de pífanos nos Colégios Diocesano de Penedo e o Estadual Liceu Alagoano de Maceió.
O homem Egildo foi aprofundando e reinventando o traço musical de quando foi convidado por Ariano Suassuna em 1972 a participar do Movimento Armorial em Recife — Pernambuco, onde constam vários registros de sua autoria. Não foi difícil para Egildo Vieira, perceber a ideia de Música Armorial, pois ela já era parte integrante de sua criação, através de suas experiencias com a música escrita e a música produzida pelos cantadores, emboladores, cantadores de coco e rezadeiras. Amante da musica brasileira chegou a criar vários conjuntos de choro juntamente com Canhoto da Paraíba entre outros. No recife, cursou a Escola de Belas Artes da UFPE e continuou a sua pesquisa sobre instrumentos musicais.
Um dos fatos que apontam para a contemporaneidade da produção musical de Egildo Vieira é a pesquisa e produção de instrumentos para a sua execução. Nesta produção transparece, embalada no modalismo peculiar tanto da tradição quanto da música contemporânea, manifestações já diluídas na prática do fazer musical da região nordeste do Brasil. Como tais, suas formas variam de duas e trés partes, com mudança de andamentos e modulações que por serem instrumentais, abrigam um espaço sutil para tratamentos musicais de origem acadêmica, fundamentando a busca original de sonoridades advindas dos materiais que utiliza em sua pesquisa como Luthier.
Assim é que a produção musical de Egildo Vieira se destaca pela utilização de recursos idiomáticos novos, viabilizados através de instrumentos musicais inventados por ele mesmo, resultando aspecto de inusitada criatividade. Numa perspectiva de tradição contemporânea, nos mesmos moldes empreendida por músicos da tradição moderna, Egildo Vieira parte de elementos estabelecidos para criar, de forma inovadora, um conjunto de recursos novos voltados para a interpretação de materiais musicais, especialmente rítmico-melódicos, que reportam ao nordeste do Brasil, produzindo resultado de grande originalidade. (In: Nova Organologia Egildo Vieira e Conjunto. Sonora Brasil. SESC, 2007)
(...)
Em Piranhas, sob a tutela do mestre Nemésio Teixeira (1904-1978), Egildo Vieira deu os primeiros passos na arte musical em meados da década de 1950; em seguida integrou, tocando clarinete, a banda do Mestre Elísio José de Souza (1911-1978) e, mais tarde, em Maceió, com o saxofone, orquestras de baile até a um ponto da carreira (no início da década de 1970) em que optou pelo trabalho exclusivo com a flauta e migrou para o Recife onde integrou vários grupos musicais. Graduou-se em Música pela UFPE, passando a lecionar em cursos de extensão até aposentar-se, retornando mais tarde, em 2009, para a cidade do interior das Alagoas que lhe dera "régua e compasso", como diria certo poeta.
Ao final, conferimos o making of de momento único registrado em dezembro de 2013 quando para propaganda oficial do governo de Alagoas foram reunidos esses dois expoentes da música alagoana, Eliezer Setton (Maceió, 1957) e Egildo Vieira (Piranhas, 1947-2015) com o GMAP — dois extremos geográficos do Estado unindo arte regional do litoral ao sertão.
segunda-feira, 1 de julho de 2019
Iork Restaurant — Dr. Antônio Arecippo [1868-1928]
Iork Restaurant[1]
Dobrado pelo Dr. Antônio Arecippo (1868-1928)
Por Flávio Ventura
e Billy Magno[i]
O músico, magistrado, escritor e poeta palmarino Antônio Arecippo de Barros Teixeira legou a posteridade a fama de ter sido no início do século XX “um profícuo e inspirado compositor de polcas, valsas, dobrados, cavatinas e música sacra”. Infelizmente, quase toda a sua obra está desaparecida, restando apenas os dobrados Indômito — escrito em novembro de 1919, em Maceió, e redescoberto no arquivo da banda de música do 59.º Bimtz (antigo 20 B.C.), em janeiro deste ano — e Iork Restaurant, objeto de análise desta edição.
Dotado de múltiplos talentos, doutor Antônio Arecippo era flautista, compositor e, quando residiu na cidade de São José da Laje, exercendo o cargo de juiz substituto, ainda foi regente da banda que criou em 1904, a Beneditina, mantendo-a até 1910 — ano em que é transferido para a cidade de Pão de Açúcar.
Preservadas integralmente, tais como foram produzidas no ano de 1918, as partes do dobradoIork Restaurant, revelam hoje um compositor esquecido, mas que no início do século XX dedicou-se a cultura de bandas, instruindo e ampliando seu repertório, conciliando de maneira excepcional seu ofício de magistrado com sua aptidão também evidente para a arte musical.
Construído em ritmo anacrústico sobre intervalo de 8.ª justa, compasso binário composto (6/8), tonalidade menor (Gm) e estrutura AA-BB-A-CC-DD, o dobrado Iork Restaurant é uma produção do período final da belle époque alagoana. As 17 partes cavadas da composição original foram copiadas entre os dias 4 e 29 de março de 1918, quando o compositor residia na cidade de Pão de Açúcar, exercendo os cargos de juiz de direito e fiscal de ensino, designado pelo governo estadual.
Não por acaso, essa é mais uma das partituras pertencentes ao acervo de Antônio Melo Barbosa, o Tonho do Mestre (1932-2019), que, herdando o arquivo de seu pai Manoel Victorino Filho (Mestre Nozinho), no final da década de 1950, dignou-se a preservá-lo nos últimos 60 anos, razão por que hoje podemos estudá-lo e recuperar a história de grandes músicos alagoanos do passado, alguns dos quais ignorados até pela parentela remanescente.
Embora não tenha sido conservada a grade (partitura de regência), que possivelmente indicaria a data exata da composição, sabemos pela análise das partes cavadas que o maestro Antônio Arecippo começou a cópia para banda pela parte de 1.º pistom, no dia 4 de março. Passados 3 dias, retoma o trabalho com a cópia de 1.º clarinete. Após 10 dias de suspensão, volta às atividades no dia 17 com as partes de flautim Eb (mi bemol) e de 2.º pistom; no dia 20, as partes de helicon Eb e, provavelmente, também a de barítono (há rasura no original) e 1.º bombardino (s/d). Em 21 de março, copia a de 2.º bombardino; 22, 1.º e 2.º trombones; 23, 1.º saxhorn e, no dia 24, 2.º e 3.º saxhornes. As últimas partes copiadas são: 2.º clarinete (25); 3.º clarinete e percussão (28); e requinta (29). No dia 31, é anexada às partes uma capa com a seguinte dedicatória, assinada por seu filho Adherbal de Arecippo (à época, com 14 anos de idade):
Iork Restaurant (com 17 partes) — Pelo Dr. Ant.º Arecippo. Dedicado ao cidadão Luiz Souza, m.d. proprietario do grande hotel da Cidade de Pão de Assucar - Iork Restaurant -, por Adherbal Arecippo: modesta prova de sympathia e affectuosa amizade. Pão de Assucar, 31 de março de 1918.
A pesquisa atual não revela quem venha a ser o cidadão Luiz Souza, menos ainda onde, em Pão de Açúcar, estava localizado tal estabelecimento que dá nome ao dobrado. Provavelmente, foi um empreendimento efêmero, pois o Almanak Laemmert não o cita, nem a seu proprietário, na edição de 1924. Mas a partitura em si diz muito sobre o espírito de uma época efervescente para as bandas de música nesta parte do sertão alagoano — a ponto desse ilustre magistrado-músico, oriundo da distante União dos Palmares, reconhecer na cidade de Pão de Açúcar um terreno privilegiado para o desenvolvimento da arte musical.
Trecho da Avenida Bráulio Cavalcante - Pão de Açúcar-AL, 1918. (Fonte: https://www.historiadealagoas.com.br/miguel-de-novaes-mello.html) |
Nesse ano (1918), surgia pela batuta do maestro Manoel Vitorino Filho (1895-1960) a Sociedade Musical Guarany, certamente resultante da confluência dos músicos das bandas da Sociedade União e Perseverança e Euterpe de Pão de Açúcar — banda ligada ao Politeama (teatro que oferecia grande variedade de espetáculos, como peças teatrais, cinema, etc.) que recebeu o nome do ilustre poeta alagoano, imortal da Academia Brasileira de Letras, J. M. Goulart de Andrade (1881-1936).
Em relação à forma, Iork Restaurant é dividido em 4 seções principais. Após uma vigorosa introdução sobre a progressão Im-IVm7-Im-V7 em 18 compassos, as seções A, B e C têm igualmente 16 compassos e se apoiam na relação harmônica básica dominante e tônica. Nas seções A e B a melodia dos instrumentos de canto (flautim, requinta, clarinete 1, pistom 1), dobrada por barítono e 1.º bombardino (tradicionalmente instrumentos de contracanto), se desenvolve sobre uma célula rítmica característica do gênero marcial, obstinadamente repetitiva nas trompas, 2.º e 3.º trombones e tubas (com o acorde dominante na primeira inversão), enquanto os segundos/terceiros clarinetes e pistons (com reforço do 1.º trombone — compassos 36-52) apenas sustentam notas longas de base em ambas as seções. Após a reexposição de A, na seção C desenvolve-se o "forte do baixo", parte característica de dobrados tradicionais em que o canto em dinâmica fortíssimo é realizado pelos tenores e baixos, enquanto os sopranos e contraltos executam uma incisiva marcação rítmico-harmônica.
No Trio (seção D), modula para o tom relativo maior Bb (si bemol maior) desenvolvido em compasso binário simples e dinâmica pianissimo. Essa seção é a mais extensa, com 32 compassos, e mais trabalhada, em que se ouve o contracanto do bombardino, ausente nas seções anteriores (nas quais cantava em uníssono com os demais instrumentos tradicionalmente “de canto”). Estruturada em diálogos curtos a três vozes, em movimento ascendente, sob a relação pergunta e resposta, para no 15.º compasso interromper bruscamente o crescente fluxo melódico com uma frase cromática descendente, em semicolcheias, com acentuação em staccato que direciona para um repouso na nota inicial da frase, com reexposição do tema e sua tendência natural para a conclusão nas dezesseis barras restantes.
Maestro Arecippo idealiza seu dobrado de nome estrangeiro, assimilando o modelo da quickmarch americana, da qual o maior expoente é o americano de ascendência luso-germânica John Phillip Sousa (1854-1932), e mesclando procedimentos da linguagem nacional. O compasso binário composto, menos frequente nos dobrados, constitui ¾ da obra que, no Trio (seção D), abandona a subdivisão ternária para se expressar num ambiente em que o tom relativo maior combinado com o corte binário simples e dinâmica pianissimo, sugere leveza de expressão, em contraste à carga dramática da seção anterior, seguindo o estilo imitativo com o tema dos primeiros clarinetes e pistons repetido por barítono e bombardino à distância de dois passos.
Iork Restaurant traz na página reversa o Dobrado n.º 2, do genial compositor maceioense Benedicto Silva (1859-1921)[2], escrito um ano depois, seguindo um hábito da época de se utilizar o verso de uma obra para escrever outra, devido à escassez de papel pentagramado.
Nesta edição, que é a primeira em 101 anos, a orquestração original foi ampliada para os padrões atuais da banda de música moderna com a adição de partes para os saxofones alto, tenor e barítono, flauta e 3º pistom.
A obra passou por uma revisão severa, num processo de adequação onde foram eliminados os erros costumazes de harmonia assim como notas conflitantes (utilizando-se para isso a análise harmônica do trecho em questão), partes redundantes e dobras desnecessárias sem prejuízo da obra original e para que esta soe de forma plena tal como foi concebida pelo autor.
O propósito dessas edições é divulgar a obra e manter viva a memória dos compositores alagoanos de fins do século XIX até a primeira metade do século XX (em alguns casos atuantes praticamente até o fim do século), trazendo à luz a obra e a história de personalidades sensíveis e fundamentais ao desenvolvimento da música instrumental na região, relativamente à cultura de bandas, como o Dr. Antônio Arecippo de Barros Teixeira.
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Antônio Arecippo de Barros Teixeira[3]
Magistrado, compositor e regente alagoano
“Um verdadeiro protótipo de magistrado (...) e cultor das letras jurídicas, tornou-se um nome que Alagoas se ufana de ter possuído (...). Ademais, uma pessoa sensível à poesia, versejando com inspiração. De igual modo, um ente humano tocado pela sublime arte da Música, onde se revelou um grande músico, notável mestre e fecundo compositor. ”[4]
Nascido na cidade de União dos Palmares (AL) em 31 de outubro de 1868, Antônio Arecippo de
Dr. Antônio Arecippo de Barros Teixeira (Acervo Wilson Lucena) |
Aos 24 anos, na cidade de União, foi eleito, no dia 27 de novembro de 1892, 1.º secretário do Club Familiar Três de Julho[7], e tinha a função de mestre-sala[8] nos saraus promovidos.
Antes, em 1887, publica seus poemas em O Orbe, e nas edições 148 a 150, na seção Effluvios, anuncia a intenção de reuni-los em livro. No Cruzeiro do Norte de 6 de dezembro de 1891, alerta seus leitores sobre poemas apócrifos atribuídos a ele com o pseudônimo “Souvenir”.
Sua intensa carreira de funcionário público foi iniciada como membro da Comissão Municipal Republicana, secretário municipal e inspetor escolar de União dos Palmares e da vila de São José da Laje.
No ano de 1896, com a criação do município de São José da Laje, é nomeado, no dia 15 de julho, para o cargo de juiz substituto. Assumindo no dia 21, exerce o ofício na cidade durante 14 anos.
Em 4 de outubro de 1896, na Igreja de Bom Jesus dos Martírios, é publicado o edital de proclamas do seu casamento religioso com sua prima Maria Lybia de Moraes Bello que, depois de casada, passou a assinar Maria Lybia Bello Teixeira (Passo de Camaragibe, 02/10/1875 - Maceió - 07/09/1966)[9]. No dia seguinte, dá-se os proclamas do casamento civil e, em 8 de novembro, o jornal Gutenberg noticia o enlace matrimonial do ilustre casal, desejando-lhe que “Uma enchente de felicidades presida a esta união”[10]. Terão 5 filhos, mas apenas 2 sobreviverão: Adherbal Arecippo de Barros Teixeira (São José da Laje, 15/04/1904 - Maceió, 24/02/1994) — que, formado em comércio em 1926 e direito em 1956, se notabilizaria como jornalista e grande memorialista, escrevendo em vários jornais e nas décadas de 1960 e 1970 nos jornais Gazeta de Alagoas e Jornal de Alagoas (mantendo por anos a coluna “Gente do meu tempo”) — e Amabília Arecippo de Barros Teixeira (nascida em data desconhecida e, embora mais nova que Adherbal, faleceu com apenas 21 anos em data igualmente ignorada).
Além de sua vocação para a magistratura, dr. Antônio Arecippo também era dotado de talento musical. Flautista, compositor e regente criou a Banda de Música Benedicto Silva (chamada Beneditina), em 1904, que — à parte suas obrigações de magistrado em São José da Laje, e sem prejuízo delas — se empenhou em organizá-la e regê-la. Tal dedicação, junto ao fato de ser juiz de direito em atividade, o faz nacionalmente conhecido através da Revista O Malho que, na edição n.º 457 de 17 de junho de 1911, estampa a imagem do magistrado-músico alagoano à frente das duas bandas lajenses, a Beneditina e a Filarmônica Carlos Gomes[11], com o título “Doutor musical”, assim referida:
Philarmonicas “Carlos Gomes” e “Benedictina”, organisadas e dirigidas pelo virtuosi Dr. Antônio Arecippo, em S. José da Lage, Estado de Alagoas.
O doutor organisador e regente é o que está de cartola, batuta e guarda-chuva — distinctivos de sciencia, arte e prudencia.[12]
Durante sua permanência na comunidade lajense, mas atento às oportunidades de crescimento profissional mesmo fora do estado de Alagoas, dispôs-se a concorrer ao cargo de juiz federal pelo menos em três oportunidades: nos estados de Mato Grosso, em 1901[13], Amazonas, em 1905[14], e Espírito Santo, em 1910[15].
"Doutor Musical" - recorte da Revista O Malho (RJ) n. 457, 17 jun. 1911. |
Em 25 de agosto de 1910, é nomeado Juiz de Direito da comarca de Pão de Açúcar[16], no sertão de Alagoas. Nessa cidade, localizada às margens do Rio São Francisco, em que a musicalidade já era bem desenvolvida, e a demanda judicial exigia mais do magistrado, supusemos que o músico se absteria de lidar com banda. Ledo engano. A pesquisa evoluiu, e somos informados pela (até há pouco ignorada) edição 81/1911 do semanário pão-de-açucarense A Ideia de que o maestro esteve encarregado de um coro sacro na cidade ribeirinha. Aliás, impressionado com a sensibilidade dos habitantes locais para a arte musical, sentenciou: “Nesta terra todo mundo é músico”.
Em 25 de setembro do mesmo ano, despede-se de São José da Laje com a seguinte nota de agradecimento publicada no Gutenberg dois dias depois:
Retirando-me deste município, onde exerci, a contento de todos, o cargo de Juiz Substituto, durante 14 anos, 1 mês e 10 dias, para a cidade de Pão de Açúcar, onde vou tomar posse do cargo de Juiz de Direito, para o qual fui nomeado em 15 de agosto findo, graças à benemerência de meu Ilustrado Colega e Especial Amigo, exmo. sr. dr. Euclides Vieira Malta, Integérrimo Governador do Estado, apresento a todos os meus ex-jurisdicionados, nomeadamente a todos os habitantes da cidade de União, as minhas afetuosas despedidas, aguardando aquela florescente comarca as suas simpáticas ordens. Outrossim, aproveito o ensejo, para agradecer penhoradíssimo as felicitações, que meus amigos me dirigiram pessoalmente, e por telegramas, cartas e cartões, como ainda a manifestação de apreço e simpatia, consideração e amizade, que me fizeram os dignos habitantes desta boa terra, o que constitui mais uma prova concludente de seus corações bem formados. A todos, finalmente, dirijo um afetuoso ADEUS. São José da Laje, 25 de setembro de 1910.[17]
Sua nomeação provoca uma nota entusiasmada do jornal Pernambuco, do qual era proprietário o catedrático da Faculdade de Direito do Recife dr. Henrique Milet, que faz publicar o seguinte elogio (em seguida reproduzido no Gutenberg de 1.º de outubro de 1910):
Sabemos ter sido nomeado Juiz de Direito da importante Comarca de Pão de Açúcar, no vizinho Estado de Alagoas, nosso amigo dr. Antônio Arecippo de Barros Teixeira.
Cumprimentando o nosso ilustre amigo, pela distinção que recebeu do dr. Euclides Malta, saudamos a este pelo acerto da nomeação, e felicitamos aos comarcãos de Pão de Açúcar, que vão ter um juiz inteligente e honesto na distribuição de sua justiça. Boa nomeação.[18]
Mesmo sem poder se dedicar a arte musical como gostaria, devido a uma maior demanda no fórum de Pão de Açúcar que lhe exigia muito tempo, foi capaz de presentear os ouvintes na Festa do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da cidade, com a execução da sua feliz produção Missa de Santo Antônio na manhã de 23 de junho de 1911. A orquestra esteve sob sua própria regência e encantou a audiência “pela harmonia e bom gosto de uma música deliciosa aos ouvidos menos delicados” (FESTA, 1911).
Fica tão entusiasmado com o resultado e a consequente crítica elogiosa pela imprensa que envia uma carta de agradecimento à redação de A Ideia. Datada de 28 de junho, a carta seria publicada em 2 de julho:
Agradeço penhoradissimo a agradavel noticia que deu a sympathica Ideia da Missa de Santo Antônio, de minha composição, cujo effeito surpreendente e admirável devo ás gentilíssimas Senhoritas D. Biquinha, que cantou comigo a 1ª voz, D. Euridice e D. Sinhasinha Alves, que cantaram a 2ª, como tambem aos demais da grande Orchestra Benedictina, composta de 5 graciosas Instrumentistas e 7 afamados Musicistas, a qual executou com toda pericia, com toda perfeição e pianissimo, a contento de todos os ouvintes.
É força confessar que já cantei a Missa de Santo Antonio 4 vezes, sendo 3 em São José da Lage, onde a escrevi; e uma na cidade da União, porém não foi tão bem cantada, e tão bem executada como fora a 5ª vez nesta terra deliciosa. (A IDEIA, nº 81/1911)
Tais informações chamam atenção para o fato de ter havido uma terceira formação instrumental ativa na cidade, além das duas bandas de música já estabelecidas, a Euterpe de Pão de Açúcar e a União e Perseverança. A Orchestra Benedictina (por vezes chamada de Orchestra Familiar Benedictina), fundada por ele próprio, manteve um trabalho similar ao realizado em São José da Laje, porém com a finalidade específica de orquestra sacra, que tocava sobretudo em cerimônias religiosas, mas que também podia executar dobrados, como se vê adiante em 27 de agosto:
A Phylarmonica Familiar Benedictina está ensaiando uma grande marcha denominada Benedictina, producção do Dr. Antonio Arecippo, actual Juiz de Direito desta comarca, tendo executado por ocasião do enlace matrimonial da gentil senhorita D. Sinhazinha, estremecida irmã do Reverendíssimo Vigario, o dobrado Coração de Jesus, que aquelle magistrado escreveu e dedicou a S. Reverendíssimo”. (A IDEIA nº 89/1911)
Dois anos depois, morreu seu pai, Antônio Victor de Barros Teixeira, conforme foi divulgado pelo jornal O Paiz (RJ) do dia 20 de agosto de 1913 nestes termos:
Faleceu no dia 11 do corrente, na cidade de União, Estado de Alagoas, onde era tabelião público e prestigioso chefe político, o voluntário da Pátria coronel Antônio Victor de Barros Teixeira, pai do Dr. Antônio Arecippo, juiz de direito da comarca de Pão de Açúcar.[19]
Erudito notável, dr. Antônio Arecippo publica, no período em que atua em Pão de Açúcar, os livros Organização Judiciária do Estado de Alagoas (1914), Decisões Jurídicas (1917), Formulário do Processo Criminal (1919), Código do Processo Criminal do Estado de Alagoas (1919). Postumamente, foi publicado Capítulos da História do Brasil (1976)[20].
A partir de 24 de julho de 1916[21], acumula a função de Fiscal de Ensino de Pão de Açúcar, papel que já exercera em S. José da Laje.
Inspirado pela atmosfera musical pão-de-açucarense, em 1918, precisamente entre os dias 4 e 28 de março, dedicou-se ao arranjo e cópia das partes cavadas de seu dobrado Iork Restaurant — homenagem ao senhor Luiz Souza, proprietário do estabelecimento de mesmo nome.
De sua produção musical anterior, maestro Antônio Arecippo já havia publicado em 1901 a polca Mocinha, n.º 13 da coleção Harpa Alagoana, impressa no Rio de Janeiro[22]. Valsas, cavatinas e peças sacras estão entre os gêneros aos quais mais frequentemente o compositor se dedicou.
Sua transferência para Palmeira dos Índios, e consequente substituição em Pão de Açúcar pelo dr. Luiz Gonzaga da Silva, é noticiada no dia 5 de maio de 1918 pelo Diário de Pernambuco na seção “O ‘Diário’ em Alagoas”. Porém, o dr. Arecippo rejeitou a mudança por ter seu pedido de remoção para o município de Viçosa negado pelo então governador João Baptista Accioly Junior. Este publicou que o próprio juiz da comarca de Pão de Açúcar houvera pedido sua transferência para a cidade de Palmeira dos Índios.
Estava criada, assim, a polêmica explorada pelos jornais que reprovaram o constrangimento ao qual foi submetido tão brioso magistrado, preterido em benefício de um “colega que é político-partidário e abandona a comarca para viver na cidade fazendo politicagem”[23].
Deu-se o fato deste modo. Com a vacância do cargo de juiz de direito na cidade de Viçosa, devido a morte do titular dr. José Guilherme da Silva Monte, o dr. Antônio Arecippo imediatamente solicita sua remoção para aquela cidade. O governador ignora seu pedido e transfere o dr. Eduardo Porto da cidade de Palmeira dos Índios para Viçosa, nomeando o promotor de São Luiz do Quitunde, dr. Luiz Gonzaga, para a vaga aberta em Palmeira. A lei mandava ocupar um cargo vago o juiz de direito disponível, que neste caso era o dr. Antônio Cavalcante Mello Lins que sequer foi considerado pelo governador. Sendo censurado por ter favorecido (ao arrepio da lei) o promotor L. Gonzaga, o governador tenta atenuar as críticas removendo o dr. A. Arecippo de Pão de Açúcar para Palmeira, dando a entender que o próprio havia requerido a transferência. Constrangido, ele então se nega a aceitar a situação, respondendo duramente ao governador que mentira publicamente.
No ano seguinte, com a saúde abalada, solicita ao governo estadual 1 ano de licença remunerada para tratamento na capital. No dia 23 de maio de 1919, o governo estadual sanciona a lei n.º 794 concedendo a licença[24]. É dessa época a publicação do Código de Processo Criminal de Alagoas, 4.º e último livro publicado em vida pelo jurista, que anunciará mais tarde, em 1925, a produção de mais uma obra de referência; no entanto, não chegará a publicá-la, mas a expectativa gerada é anunciada pelo Jornal do Recife, que reproduz, em 12 de setembro de 1925, publicação do Jornal de Alagoas que avalia a reputação do autor:
O dr. Antônio Arecippo, digno juiz de direito da 1.ª vara da capital, acaba de preparar para entregar aos prelos mais um trabalho jurídico a que não se poderá recusar o merecido elogio pelo carinho e critério com que foi feito.
Já tendo dado à publicidade vários livros, acolhidos sempre com aplausos, principalmente a "Organização Judiciária” que é um volume obrigatório nas estantes dos nossos advogados, vai agora o estudioso magistrado aumentar a sua bagagem jurídica com uma conscienciosa monografia sobre o júri do nosso Estado, análise cuidadosa do que tem sido a nobre instituição entre nós. É um trabalho esse capaz de recomendar o acatado juiz da 1.ª vara aos apreços dos que vivem no fora, dando mais uma demonstração positiva do seu amor ao estudo e da sua dedicação aos elevados misteres do seu cargo. Velho funcionário da Justiça, em cujo serviço encaneceu, o dr. Antônio Arecippo que foi, durante muitos anos juiz substituto e é, há cerca de três lustros, juiz de direito, bem poderia escrever, com o carinho com que fez, esse livro que vai publicar sobre o júri em Alagoas. Trabalho de fundo histórico em que a evolução, entre nós, da bela instituição popular é apreciada à luz de um critério acentuadamente jurídico, o novo livro do dr. Antônio Arecippo, quando outros valores não tenha, oferecerá o de demonstrar, mais uma vez, quanto apraz ao digno magistrado o cultivo do Direito e o amor ao estudo"[25].
Em 14 outubro de 1922, é nomeado para a 1.ª vara da capital Maceió[26] e, definitivamente, deixa o município de Pão de Açúcar, onde vivera os últimos 11 anos. Sua transferência se deveu a nomeação do então juiz da 1.ª vara, dr. Antônio Eustorgio de Oliveira e Silva, para o Tribunal de Justiça na vaga deixada pelo falecido dr. Francisco José da Silva Porto[27].
Na capital, atua por mais 4 anos até sua aposentadoria, quando é substituído pelo dr. Meroven Cunha de Oliveira Mendonça, de acordo com a publicação do Diário de Pernambuco de 24 de dezembro de 1926.
Residente à rua da Alegria n.º 74, no centro da cidade, dr. Antônio Arecippo de Barros Teixeira foi maçom atuante como 1.º vigilante na Loja Perfeita Amizade Alagoana[28], fundada em 01/06/1868 e, nos anos 1920, situada à rua do Hospital, atual rua Barão de Maceió.
Faleceu na madrugada do dia 1.º de dezembro de 1928 aos 60 anos de idade.
♫
Quem me dera! ...
(A Agnello Barbosa)
“Na voz da brisa falarei contigo
Dizendo sempre: meu amor, adeus! ”
Queria ser a brisa que perpassa
Para ir aonde estás sem nenhum pejo,
Fazer-te sentir eflúvios doces
Do amor que te consagro e dar-te um beijo.
Te osculando de leve então sentia
Pulsar-me o coração com infinito amor,
As lágrimas que caem-me dos olhos
Extinguiam-se bem como o meu langor.
Em meu peito uma dor me aflige tanto
Que parece-me levar à sepultura,
A minh’alma soluça a cada instante
Porque muita saudade me tortura.
O destino separou-me, casta virgem,
De ti, lançando em mar de abrolhos,
Sem jamais me esquecer de teus encantos
Da luz resplandecente de teus olhos.
Contudo hei de ver-te ainda santa
Como sempre te vi, oh flor mimosa,
Ainda desfrutar prazer imenso...
E oscular tuas faces cor de rosa.
Adeus, oh minh’alma sedutora,
Meu anjo de amor puro e divino.
Teu amor dá-me alento, minha bela,
Como às flores — puro orvalho matutino.
Queria ser a brisa que perpassa
Para ir onde estás sem nenhum pejo,
Fazer-te sentir eflúvios doces
Do amor que te consagro e dar-te um beijo.
Maceió — junho de 1889.
Antônio Arecippo
…
A uma donzela
(1887)
Tenho muita satisfação
Em ter em meu coração
O amor de uma formosa
Linda, como os amores,
Delicada, como as flores,
Simpática, como a rosa;
Se ela soubesse me amar,
Como sei lhe consagrar
Amores fraternais,
Viveria consolado,
Sempre recompensado:
— Não importava com rivais…
Porém em fim vou passando,
E sempre cantarolando
Toada muito amorosa
Para sempre me lembrar…
E nunca deixar de amar
A uma donzela formosa.
Donzela és minha vida! …
Minha imagem querida
Tu deves também me amar,
Que serás mui adorada…
Para mim recompensada…
Querida de se zelar…
Vivo muito angustiado,
Bastantemente zangado
Minha estimável deidade
Por não achar o amor,
Que procuro com vigor
De teu coração sem maldade.
Ai! Donzela, eu te adoro.
Por ti eu morro, eu choro
Minha jovem inestimável;
Donzela encantadora! …
Imagem atraidora! …
Querida muito notável! …
Vou terminar os meus versos
Porém… ainda te peço
Que não me deixes de amar,
Torno os primeiros repetir
Pra dizer-te teu atrair
Que me fez eu te amar…
Tenho muita satisfação
Em ter meu coração
O amor de uma formosa
Linda, como os amores.
Delicada, como as flores,
Simpática, como a rosa.
♫
1925, ed. 81, vol. III, p. 20.
1927, ed. 83, vol. III, p. 37.
1929, ed. 85, vol. IV, p. 74.
ANNAES da Camara dos Deputados: Sessões de 29 a 31 de dezembro de 1915. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1918. Vol. 20, p. 65. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/060917_03/67336> Acesso em: 8 jun. 2019.
ARECIPPO, Adherbal de. O Carnaval do meu tempo. Blog do Etevaldo - História e Literatura. Disponível em: <https://blogdoetevaldo.blogspot.com/2016/01/o-carnaval-do-meu-tempo.html> Acesso em: 29 out. 2017.
ARECIPPO, Antônio. A uma donzella. O Orbe. Maceió, ano IX, n. 115, p. 3, 5 out. 1887.
Chromos. O Orbe. Maceió, ano XI, n. 98, p. 2, 23 ago. 1889.
ASSOCIAÇÕES: Centro Alagoano. O Paiz. Rio de Janeiro, ano XXX, n. 11260, p. 9, 6 ago. 1915.
CORREIO dos Estados: Alagoas. A Imprensa. Rio de Janeiro, ano VII, n. 1001, p. 6, 18 set. 1910.
CRUZEIRO do Norte. Maceió, ano II, n. 130, p.1, 6 dez. 1891.
ano II, n. 136, p. 2, 23 dez. 1891.
ano III, n. 4, p. 1, 24 jan. 1892.
ano III, n. 41, p. 1, 20 abr. 1892.
ano III, n, 117, p. 2, 30 out. 1892.
ano III, n. 129, p. 1, 30 nov. 1892.
ano III, n. 131, p. 3, 4 dez. 1892.
DECISÕES Jurídicas: novo livro do dr. Antônio Arecippo. Diário do Povo. Maceió, ano II, n. 540, p. 1, 3 ago. 1917.
DESPEDIDAS. Jornal do Recife. Recife, ano XLI, n. 92, p. 3, 27 abr. 1898.
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ano 94, n. 118, p. 3, 2 maio 1918.
ano 94, n. 121, p. 3, 5 maio 1918.
ano 94, n. 218, p. 2, 10 ago. 1918.
ano 94, n. 357, p. 3, 28 dez. 1918.
ano 95, n. 144, p. 2, 31 maio 1919.
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TEIXEIRA, Antônio Arecippo de Barros. ABC das Alagoas. Disponível em:
<http://abcdasalagoas.com.br/verbetes.php> Acesso em: 5 jun. 2019.
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VIDA Social: Fallecimentos. O Paiz. Rio de Janeiro, ano XXVIII, n. 10544, p. 3, 20 ago. 1913.
[1] Análise musical por Flávio Ventura.
[2] Editado e disponível no banco de partituras da Filarmônica Mestre Elísio desde dezembro de 2018. Acesso no link: http://bit.ly/2KewuXA.
[3] À luz de novas evidências, este texto foi revisto em agosto de 2020.
[4] LUCENA, 2016. Vol. 2, p. 58.[5] Cruzeiro do Norte (AL) nº 41/1892. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/809420/631> Acesso em: 5 jun. 2019.
[6] Diário de Pernambuco (PE) nº 107/1896. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/029033_07/13946> Acesso em: 6 jun. 2019.
[7] Cruzeiro do Norte (AL) nº 129/1892. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/809420/923> Acesso em: 8 jun. 2019.
[8] Atual mestre de cerimônia.
[9] Gutenberg (AL) nº 221/1896. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/809250/3669> Acesso em: 6 jun. 2019.
[10] Gutenberg (AL) nº 247/1896. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/809250/3773> Acesso em: 6 jun. 2019.
[11] Fundada em 1900.
[12] O Malho nº 457 de 17/06/1911. Disponível em: <http://omalho.casaruibarbosa.gov.br/revista.asp?rev=457&ano=1911> Acesso em: 5 jun. 2019.
[13] A Notícia (RJ) nº 135/1901. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/830380/7898> Acesso em: Acesso em: 30 jun. 2019.
[14] Gutenberg (AL) nº 145/1905. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/809250/5601> Acesso em: 6 jun. 2019.
[15] O Paiz (RJ) nº 9399/1910. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/178691_04/2423> Acesso em: Acesso em: 5 jun. 2019.
[16] A Imprensa (RJ) nº 1001/1910. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/245038/10211> Acesso em: 8 jun. 2019.
[17] Gutenberg (AL) nº 207/1910. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/809250/11157> Acesso em: 6 jun. 2019.
[18] Gutenberg (AL) nº 211/1910. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/809250/11172> Acesso em: 6 jun. 2019.
[19] O Paiz (RJ) nº 10544/1913. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/178691_04/18377> Acesso em: Acesso em: 5 jun. 2019.
[20] “Deixou inéditos: O Júri em Alagoas (Guia do Jurado Alagoano); Evolução Católica, Política e Jurídica; Assessor Jurídico; Código do Processo Civil e Comercial do Estado de Alagoas e O Estado de Alagoas e Seus Municípios, este último parcialmente publicado na Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano. Publicou as poesias A Pedido a Uma Donzela, in O Orbe, edição 115, de 5/10/1887, p. 3; e Chromos, in O Orbe, edição 98, 23/08/1889, p. 2. ” (ABC das Alagoas on-line. TEIXEIRA, Antônio Arecippo de Barros. Disponível em: <http://abcdasalagoas.com.br/verbetes.php> Acesso em: 5 jun. 2019.
[21] Mensagens do Governador de Alagoas para Assembleia nº 0001/1916. Disponível em: < http://memoria.bn.br/DocReader/872733/677 > Acesso em: 5 jun. 2019.
[22] A Província (RJ) nº 142/1901. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/128066_01/10455> Acesso em: 7 jun. 2019.
[23] Jornal de Recife (PE) nº 123/1918. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/705110/74558> Acesso em: 7 jun. 2019.
[24] Diário de Pernambuco (PE) nº 144/1919. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/029033_09/19982> Acesso em: 6 jun. 2019.
[25] Jornal de Recife (PE) nº 212/1925. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/705110/94829> Acesso em: 7 jun. 2019.
[26] O Imparcial (RJ) nº B01423/1922. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/107670_02/11881> Acesso em: 8 jun. 2019.
[27] Relatórios dos Presidentes dos Estados Brasileiros (AL) nº 0001/1923. Disponível em: < http://memoria.bn.br/DocReader/721263/565> Acesso em: 5 jun. 2019.
[28] Almanak Laemmert nº D00085/1929. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/313394/102482> Acesso em: 8 jun. 2019.
[i] BILLY MAGNO nome artístico de Williams Magno Barbosa Fialho (Pão de Açúcar-AL 05/07/1978). Músico multi-instrumentista e arranjador. Na adolescência, foi estudar orquestração e regência em Salvador (BA). Iniciou na profissão em 1984 e teve como professores José Ramos dos Santos e Paulo Henrique Lima Brandão (teoria), Petrúcio Ramos de Souza (orquestração e regência), Maria Mercedes Ribeiro Gomes (piano) José Ramos de Souza (saxofone) e Edvaldo Gomes (contraponto), tendo ainda participado de Master Class de arranjo com Cristóvão Bastos, harmonia com Nelson Faria e trilha sonora com David Tygel. Dedicou-se, ao longo do tempo, à causa da música instrumental na qual tem atuado com mais frequência, trabalhando no Brasil e na Europa. Em junho de 2004, passa a viver em São Paulo. (Fonte: <http://abcdasalagoas.com.br/verbetes.php>)
Link para acesso à matéria em PDF: http://bit.ly/304SVl0