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Luiz Gonzaga da Silva |
Nascido em Piranhas, Alagoas, há exatamente (09 de agosto) 98 anos, mudou-se ainda criança com os pais para a cidade de Delmiro Gouveia, onde iniciou seus estudos musicais aos 9 anos de idade. Aos 12, já tocava, além de violão, tuba e bombardino na banda de música da Companhia Agro Fabril Mercantil, do maestro João Ribeiro.
Atua musicalmente nesta região do alto sertão alagoano, além de cidades circunvizinhas na Bahia e Pernambuco até os 25 anos quando, acometido de doença “intratável” para a medicina local, vai em busca de melhoras em Aracaju e de lá para o Rio de Janeiro, onde encontrou a cura, estudos aprofundados na arte do violão, trabalho e reconhecimento por parte da comunidade violonística fluminense.
Atua musicalmente nesta região do alto sertão alagoano, além de cidades circunvizinhas na Bahia e Pernambuco até os 25 anos quando, acometido de doença “intratável” para a medicina local, vai em busca de melhoras em Aracaju e de lá para o Rio de Janeiro, onde encontrou a cura, estudos aprofundados na arte do violão, trabalho e reconhecimento por parte da comunidade violonística fluminense.
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Banda de Música da Cia. Agro-Fabril Mercantil, Delmiro Gouveia/AL. |
No ano de 1998, o músico Wagner Meirelles gravou pela primeira vez músicas do Luiz Gonzaga alagoano e a partir daí desenvolveu todo um trabalho de divulgação da história e obras do compositor, inclusive transformando essa pesquisa em sua tese de mestrado (2009), orientada por Turíbio Santos.
Em 2000, produziu o CD Fazendo Música, pelo selo Niterói, com 16 peças de Luiz Gonzaga da Silva, interpretadas por Célio Silveira (Choro “A” e Choro “B”), Marcos Llerena (Choramingo nº 14 e Um Falso Amor), Arthur Gouveia (Capelinha e Gingando), Sérgio Knust (Candura e Lealdade), Francisco Frias (Choramingo nº 9 e Saudade), Edgar de Oliveira (Ilda Cristina e Capricho n° 1) e Graça Alan (Colibri e Samba Sincopado). Além de produzir, Wagner ainda toca as duas primeiras faixas: Brasil-Espanha e Aprazível.
Em 2008, a editora da Universidade Federal Fluminense (EDUFF) publicou o álbum Luiz Gonzaga da Silva — 20 peças para violão solo. O editor assim define a obra e o artista:
"Esta edição oferece 20 peças selecionadas de um acervo de mais de 500 obras, contribuindo para a difusão de um dos criadores e instrumentistas mais representativos da história musical brasileira contemporânea. Alagoano, Luiz Gonzaga escolheu o Grande Rio como foco do desenvolvimento de uma trajetória, iniciada na infância e adolescência no coração do interior do Nordeste, que exerceu fortes influências sociológicas e antropológicas, enriquecendo seu trabalho como compositor, professor e artesão".
Não obstante sua origem piranhense, identifico Luiz Gonzaga da Silva mais com a cultura musical de bandas da cidade de Delmiro Gouveia por ter ele “nascido para a música” em terras delmirenses através do maestro João Ribeiro, da banda de música da Companhia Agro-Fabril Mercantil, quando ainda muito jovem foi com a família lá residir.
Interessante notar que nas passagens em que o pesquisador Wagner Meirelles cita entrevista (p. 20) concedida, por exemplo, à AABB de Niterói, em 1994, Luiz Gonzaga da Silva refere-se à cidade natal como “antiga cidade de Piranhas, ‘hoje’ [1994] Floriano Peixoto”. Isto realmente ocorreu em 17 de outubro de 1939, através do decreto-lei federal nº 1686 que mudava o nome da cidade para Floriano Peixoto. Em 17 de setembro de 1949 pela lei nº 1473, portanto, cerca de 4 anos depois de Luiz Gonzaga da Silva trocar a cidade de Delmiro Gouveia pelo Rio de Janeiro, Floriano Peixoto voltou à antiga denominação: Piranhas. E assim permanece.
Interessante notar que nas passagens em que o pesquisador Wagner Meirelles cita entrevista (p. 20) concedida, por exemplo, à AABB de Niterói, em 1994, Luiz Gonzaga da Silva refere-se à cidade natal como “antiga cidade de Piranhas, ‘hoje’ [1994] Floriano Peixoto”. Isto realmente ocorreu em 17 de outubro de 1939, através do decreto-lei federal nº 1686 que mudava o nome da cidade para Floriano Peixoto. Em 17 de setembro de 1949 pela lei nº 1473, portanto, cerca de 4 anos depois de Luiz Gonzaga da Silva trocar a cidade de Delmiro Gouveia pelo Rio de Janeiro, Floriano Peixoto voltou à antiga denominação: Piranhas. E assim permanece.
Concluindo, retransmito as palavras abalizadas de Fábio Zanon, outro grande violonista brasileiro, transcritas no livro do Wagner Meirelles Gonzaga e o Violão — Do cangaço à universidade:
"Personagens dos mais fascinantes que produziram música, enriqueceram o ambiente violonístico e alimentaram o anedotário da música carioca vieram do Nordeste; o fato não é de se estranhar, já que, na primeira metade do século XX, o Rio oferecia um mercado incomparável, não só no rádio e na noite, mas também na instrução musical e na formação de músicos. Assim, muito do sotaque inconfundível do samba, do choro e do violão-solo carioca foi mimetizado com a bagagem criativa trazida por migrantes nordestinos, como os cearenses Satyro Bilhar e José Menezes, os pernambucanos Quincas Laranjeiras e João Pernambuco, os maranhenses Turíbio Santos e João Pedro Borges, os baianos Nicanor Teixeira e Décio Arapiraca e o alagoano Luiz Gonzaga da Silva".
Por F. Ventura, agosto de 2017
Fontes:
SILVEIRA, WAGNER MEIRELLES. Gonzaga e o Violão — Do cangaço à universidade. Rio de Janeiro: 2009. 155 p. Dissertação (Mestrado em Música) — Escola de Música, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
http://wmslgs.blogspot.com.br/ http://gonzaganauniversidade.blogspot.com.br/ http://wagner-meirelles.blogspot.com.br/ http://oviolaodogonzaga.blogspot.com.br/ http://fabricadepedra.blogspot.com.br/
http://vcfz.blogspot.com.br/2008/01/106-luiz-gonzaga-da-silva-gensio.html
SILVEIRA, WAGNER MEIRELLES. Gonzaga e o Violão — Do cangaço à universidade. Rio de Janeiro: 2009. 155 p. Dissertação (Mestrado em Música) — Escola de Música, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
http://wmslgs.blogspot.com.br/ http://gonzaganauniversidade.blogspot.com.br/ http://wagner-meirelles.blogspot.com.br/ http://oviolaodogonzaga.blogspot.com.br/ http://fabricadepedra.blogspot.com.br/
http://vcfz.blogspot.com.br/2008/01/106-luiz-gonzaga-da-silva-gensio.html
http://www.luthierguitars.com/vcfz/VCFZ-0106-Luiz_Gonzaga_Silva-Genesio_Nogueira-Pedrassoli-Armildo_Uzeda.mp3
https://youtu.be/9UJuu6XhyAU
https://pt.wikipedia.org/wiki/Piranhas_(Alagoas)
https://youtu.be/9UJuu6XhyAU
https://pt.wikipedia.org/wiki/Piranhas_(Alagoas)
Que felicidade!
ResponderExcluirE o melhor,no mês de seu nascimento.
ExcluirValeu, Wagner!
ExcluirTivemos acesso à sua pesquisa através do atual secretário de cultura Jairo Oliveira e ficamos surpresos que a trajetória desse nosso conterrâneo seja tão desconhecida aqui na região.
Resgatamos no blog a memória dos mestres músicos do passado e a história do Luiz Gonzaga alagoano não poderia ficar de fora.
Incorporamos ao texto os arquivos musicais disponíveis na Net, assim todos que se interessarem pela história poderão, principalmente, ouvir a música do Gonzaga, maravilhosamente interpretada.
Calhou de publicarmos o artigo na mesma semana em que ele completaria 98 anos!
Obrigado por resgatar a história desse mestre sertanejo saído dessa região quando Piranhas ainda se chamava Floriano Peixoto!
Olá maestro,teria como ajudar junto a prefeitura de piranhas no tocante ao resgate da obra do Gonzaga para o centenário do compositor?
ExcluirClaro que sim!
ExcluirOrgulho de ser neta desse desse músico, desse pai ,avô maravilhoso! Te amo meu avô, NUNCA vou te esquecer! 😍
ResponderExcluirEstou recomeçando a sonhar com.a continuação da pesquisa e divulgação da obra desse magbifico ser humano...
ResponderExcluirSe puderem.fazee contato lá da prefeitura...
É realmente uma pena,só temos mentirosos na política, fica pra próxima encarnação ou depois de 100 ou mais anos, fiz minha parte
ResponderExcluirQue pena....muita falta de responsabilidade política na região
ResponderExcluirTípico da cafuçaiada que ocupa pastas de curtura em geral, nas lagoas das alagoas, em 2025 foi o Centenário de Aldemar Paiva e nem um pio houve. Agora intenção e grana para os bolsos dos sertanojos do Sudeste, supimpa clamam
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