quarta-feira, 26 de julho de 2017

Associação dos Músicos de Piranhas-Alagoas


Edital de convocação para Assembleia de Fundação


A comissão provisória constituída para viabilizar a fundação da ASSOCIAÇÃO DOS MÚSICOS DE PIRANHAS-ALAGOAS (AMPA) convida músicos e demais pessoas interessadas a comparecerem no dia 02 de agosto de 2017, às 17 horas, no Auditório Miguel Arcanjo de Medeiros, localizado na Esplanada do Recinto, Centro Histórico, na cidade de Piranhas, Estado de Alagoas, para participarem da ASSEMBLEIA GERAL DE FUNDAÇÃO da AMPA, ocasião em que será lido, discutido e aprovado o Estatuto Social, eleitos e empossados os membros da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal, além de debater outros assuntos de interesse dos músicos.


Piranhas (AL), 26 de julho de 2017


Farney Gomes dos Santos
Representante da comissão provisória




sábado, 22 de julho de 2017

My Way - Arranjo de Edson Rodrigues

Atualizado em 15 de agosto de 2023, 11h23.

(Áudio ilustrativo produzido no programa Sibelius com o Noteperformer integrado)


"My Way" é a versão em língua inglesa da canção francesa "Comme d'habitude", que foi lançada pela primeira vez pelo autor, Claude François, em 1967, na França. Em 1968, Frank Sinatra lançou sua versão em inglês, adaptada por Paul Anka e que virou um de seus maiores clássicos. É uma das músicas populares mais gravadas da história.

A versão de estúdio de Elvis Presley foi gravada em junho de 1971 e lançada só em 1995 no disco Walk A Mile In My Shoes. Existem as versões ao vivo do show do Havaí que foi lançada no disco ao vivo em 1973 denominado Aloha from Hawaii e outra lançada em 1977 em um compacto simples com "America The Beautiful" no lado B, não se esquecendo da versão do disco Elvis in Concert, uma versão ao vivo de 1977.

Em 16 de julho de 1994, no show realizado no Dodge Stadium de Los Angeles, Os Três Tenores Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras gravam "My Way", estando Frank Sinatra na plateia. No filme do grupo de punk rock inglês Sex Pistols, The Great Rock 'n' Roll Swindle, de 1980, o baixista da banda, Sid Vicious, canta uma versão da música.

Em 14 de setembro de 2012 foi lançado o filme de origem francesa intitulado My Way, o Mito Além da Música, dirigido por Florent Emilio Siri, que conta a vida de Claude François, coautor da versão original composta em 1967.

Artigo publicado originalmente em: MY WAY (CANÇÃO DE FRANK SINATRA). In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2021. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=My_Way_(can%C3%A7%C3%A3o_de_Frank_Sinatra)&oldid=61664264>. Acesso em: 20 jul. 2021.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Oficina FEBAMFAL


Oficina Instrumental para Músicos de Banda 2017 

Delmiro Gouveia 



No último final de semana, dias 26 e 27 de maio, a Federação de Bandas de Música e Fanfarras de Alagoas (FEBAMFAL) – em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (SECULT-AL) e Governo Municipal de Delmiro Gouveia – realizou na UFAL Campus Sertão a “Oficina Instrumental para Músicos de Banda”. O evento, extensivo à comunidade musical das cidades circunvizinhas (Água Branca, Olho d’Água do Casado, Piranhas, etc.), teve carga horária de 12h.
Objetivando alcançar cerca de 90 músicos sertanejos, componentes de banda com idade entre 08 e 40 anos que, por estarem longe dos grandes centros de irradiação do saber e excelência em prática musical, carecem de conhecimento técnico específico, a FEBAMFAL oferece cursos para cada especialidade relativa a formação instrumental das bandas de música, estabelecendo a padronização do conhecimento técnico-teórico para os seguintes instrumentos: clarineta, saxofone, trompete, trompa, trombone, bombardino, tuba e percussão.
Com a coordenação do maestro Luiz Carlos Sandes Paranhos e auxiliar Dário Santos (da Filarmônica Tenente Nicácio), a equipe de professores foi composta por alguns dos mais representativos músicos atuantes no estado:

Almir Medeiros (saxofone avançado), 
Edvaldo Gomes “Uruba” (saxofone básico), 
Flávio Ferreira (clarineta), 
Jorge Luiz da Hora (trompete), 
Ronald Ferreira (trombone), 
Melquisedeque F. da Silva (bombardino e tuba) e 
Alfons Kubina (percussão).

Iniciado às 14h de sexta-feira (26), o evento estava programado para ser encerrado às 18h de sábado com um desfile no centro da cidade, mas foi impossibilitado pelas condições climáticas pouco favoráveis.
A importância deste evento para a comunidade musical sertaneja é fundamental para a conscientização de que o fazer musical demanda mais do que simplesmente “tocar notas”, mas produzir sonoridades com adequado conhecimento técnico que desenvolva instrumentistas de nível para além do minimamente satisfatório e a consequente viabilização de um grupo musical de boa qualidade.
Despertar o interesse dos iniciados em música para a necessidade de estabelecer uma rotina diária de estudos e busca constante de informações, técnicas e métodos adequados que promovam o crescimento das filarmônicas, deve ser afinal a meta de ações desse porte promovidas pela FEBAMFAL e parceiros.
Agradecemos, na pessoa do maestro Luiz Carlos Sandes Paranhos, aos organizadores e professores pela oportunidade de participar de tão necessário, proveitoso e prestigioso evento.














domingo, 2 de abril de 2017

Nota de pesar



É com profundo pesar que a Filarmônica Mestre Elísio recebe a notícia do falecimento de seu componente Fidel Castro de Souza Silva, ocorrido na tarde de hoje (02/04/17).

A perda do colega Fidel, além de representar uma dor imensa aos familiares e amigos, é golpe sentido também por todos nós integrantes da Filarmônica Mestre Elísio, na qual esse jovem de 24 anos foi clarinetista por mais de 7 anos.

À família enlutada, apresentamos nossos sentimentos de solidariedade e respeito pela imensa dor que representa essa perda irreparável.

Descanse em paz, Fidel Souza...





terça-feira, 31 de janeiro de 2017

II Encontro de Bandas do Alto Sertão - Galeria


Mais uma vez tivemos a sempre grata satisfação de participar desse momento único de realização musical e confraternização entre as filarmônicas do alto sertão alagoano. Agradecemos ao público que nos prestigiou e a todos que participaram e contribuíram para que mais esse evento tenha se concretizado, em especial aos maestros Willamy Franciel (Filarmônica Mestre Elísio, Piranhas/AL), Valério Amaral (Filarmônica Santa Cecília, Água Branca/AL) e Ednaldo Bacalhau (Filarmônica Tenente José Nicácio de Souza, Delmiro Gouveia/AL) mais o diretor do conservatório Laércio Ferreira e ainda ao representante da FEBAMFAL Carlos Fidélis (responsável pelas imagens e vídeos aqui exibidos). Obrigado a todos!






















domingo, 22 de janeiro de 2017

II Encontro de Bandas do Alto Sertão



No dia 28 de janeiro as bandas das cidades de Delmiro Gouveia (Filarmônica Tenente Nicácio) e Água Branca (Filarmônica Santa Cecília) se apresentarão em Piranhas por ocasião das comemorações alusivas à padroeira da cidade. A filarmônica anfitriã (F. Mestre Elísio) também estará na programação que ocorrerá a partir das 21h30min, após a novena, na Esplanada do Recinto — Centro Histórico.
No repertório, além das peças tradicionais, teremos MPB e música regional.
Esse evento confraternizante realizado pelas três bandas do sertão alagoano teve sua primeira realização na cidade de Delmiro Gouveia, em outubro de 2015. Idealizado pelo maestro Bacalhau, terá segunda edição este ano na cidade de Piranhas.

Abaixo, breve histórico das bandas:


Filarmônica Santa Cecília (1922)



Maestro: Valério Amaral
Composição: 32 músicos

Hoje com 94 anos de existência, a Filarmônica Santa Cecília foi fundada em 22 de novembro de 1922 na cidade de Água Branca. Seus maestros fundadores foram: José Emiliano Vieira Sandes, Manoel Dias e Alexandre Torres. Posteriormente, atuaram os maestros José Caixeiro, Miguel Baião, José Marques Correia (o Zé Gonzaga), José Francisco Silva (mestre Zequinha), Expedito Aguiar e Walmir Fonseca de Souza. Atualmente composta por 32 músicos, tem como maestro o senhor Valério Amaral.


Filarmônica Mestre Elísio (1989)



Maestro: Willamy Franciel
Composição: 37 músicos

Em fevereiro de 1989 foi criada a Escola de Música Mestre Elísio. Seu nome é uma homenagem ao maestro pernambucano Elísio José de Souza (*1911+1978) que teve atuação marcante na cidade de Piranhas entre os anos de 1950 e 1960.

Mestre Bubu (Afrânio Menezes Silva), pão-de-açucarense discípulo do grande mestre Nozinho (Manoel Vitorino Filho — *1895+1960) foi o encarregado de capacitar os alunos e reunir veteranos solidários para estrear a banda no dia 7 de setembro de 1989. Com o falecimento de Bubu, em dezembro de 1991, mais um ex-aluno do grande mestre sertanejo assumiu a banda piranhense: o subtenente reformado da polícia militar de Sergipe Cícero Francisco de Brito (maestro Cafau — *1938+2009). Entre os anos de 1997 e 1998, a Banda de Música Mestre Elísio foi comandada por outro músico pão-de-açucarense: mestre Damião Ferreira Lima. Após mais um período com o maestro Cafau, em 2009 a banda passa a se chamar Filarmônica Mestre Elísio e é dirigida pelo maestro Cícero Campos (*1974), filho de Cafau. Desde dezembro de 2013 é regida pelo maestro Willamy Franciel "Leléo" (*1988), prata da casa, alçado das fileiras.


Filarmônica Tenente José Nicácio de Souza (2012)



Maestro: Ednaldo Alves do Nascimento (Bacalhau)
Composição: 35 músicos

Os trabalhos de banda de música em Delmiro Gouveia tiveram início com o pioneiro Delmiro Augusto da Cruz Gouveia no ano de 1915, onde ele criou a banda de música da Cia. Agro Fabril Mercantil. Nesse período, a banda teve como maestros: João Ribeiro, mestre Elísio de Souza, Expedito e o tenente José Nicácio de Souza (ex-regente da polícia militar de Alagoas) que desenvolveu um excelente trabalho em Delmiro Gouveia – tanto que a banda de música hoje leva o seu nome. Infelizmente, passou um tempo desativada e voltou a atuar em meados dos anos 2000 sob a regência do eterno e saudoso Walmir Fonseca de Souza que teve como sucessor Ednaldo Alves do Nascimento (maestro Bacalhau); este começou sua gestão em 17 de setembro de 2012 até os dias atuais.



Links:




segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Concerto - Projeto Bandas SESC/AL 2016

"Verdadeira Maravilha o que o SESC nos presenteou com este projeto magnífico com as Filarmônicas Meste Elísio (PIRANHAS), Santa Cecília (ÁGUA BRANCA), Aconchego e Santa Cecília (ambas de MARECHAL DEODORO). Que venham outros projetos para mostrarmos que a nossa CULTURA resiste." (Laércio Ferreira, via Facebook)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Convite

GRANDE CONCERTO DE FILARMÔNICAS ENCERRA CURSO DE MÚSICA SESC 2016

Postado  em 06 de dezembro de 2016

Do SESC/AL:

A Coordenação de Cultura (Carc) do Sesc convida para a apresentação musical de encerramento dos Cursos de Música 2016 com bandas filarmônica. Apresentação acontecerá no sábado (17), às 19h, no Teatro Deodoro e a entrada é franca!

Nos últimos três meses, o projeto passou pelas cidades de Água Branca, Piranhas e Marechal Deodoro. O resultado desse processo poderá ser visto na apresentação dos alunos das filarmônicas Santa Cecília (Água Branca), Mestre Elísio (Piranhas) e, das deodorenses, Banda Nossa Senhora de Boa Viagem, Sociedade Musical Filarmônica Santa Cecília, Sociedade Musical Profº Manoel Alves de França e do Projeto Aconchego.

Participam do concerto dois grupos convidados: o Quarteto de Saxofones TecSax e o Quarteto de Clarinetes Manguaba.

Os Cursos de Música do Sesc são atividades sistemáticas iniciadas em 1998 e tem como proposta oferecer a nossa clientela e o público em geral, iniciação e desenvolvimento em música por meio do oferecimento de diversos cursos na área.

Concerto Especial de Encerramento
Cursos de Música do Sesc - Bandas Filarmônicas
Data: 17/12/16
Horário: 19h
Local: Teatro Deodoro
Entrada franca!










sábado, 22 de outubro de 2016

Nota de agradecimento

Ontem, sexta-feira, 21 de outubro, tivemos a grata satisfação de vivenciar um concerto memorável da Filarmônica Mestre Elísio. Promovido pelo Serviço Social do Comércio (SESC/AL) que durante a semana realizou em Piranhas oficinas de capacitação e aprimoramento técnico com músicos piranhenses e de cidades circunvizinhas, o concerto de conclusão de curso entra para a história da banda municipal.

Inicialmente fomos agraciados com a apresentação do Grupo Musical Armorial de Piranhas (GMAP), criado pelo inesquecível Egildo Vieira em agosto de 2010. Três peças de autoria de Egildo foram executadas: Forró, Solo da Terra e Romance e Galope.
Após, sob a regência de nosso maestro Willamy Franciel, ouvimos o belíssimo dobrado Silvio Romero de autoria do Zé Machado.

Em seguida, o maestro Felipe Teixeira rege a filarmônica nas obras trabalhadas durante a semana: Ouro Negro (dobrado) e Estrela de Friburgo (polca) obras do grande Joaquim Naegele — solo de Jorge Trompete; Fantaisie pour  Saxophone Alto (Jules Demersseman/Arr. Josef Hastreiter) — solo de Kleber Dessoles; e, para encerrar, Suite Pernambucana de Bolso do genial José Ursicino da Silva/Duda.

Falta-nos palavra para descrever tamanha satisfação. Em vários momentos a audiência aplaudiu de pé.  Agradecemos a cada um que se dispôs a prestigiar este evento. Agradecemos especialmente ao SESC/AL na pessoa de Júlio César (analista em música) pela realização desse curso e a todos os professores envolvidos: Jose Luan Veiga (arranjo e coordenação pedagógica), Felipe Teixeira (regência), Kleber Dessoles (madeiras), Jorge Trompete (metais I), Ronald Ferreira (metais II), Antônio Falcão (percussão) e Elizaubo Wandemberguer (luteria). Agradecemos também a diretora de cultura Jaqueline Rodrigues.

Dias 17 a 19 de novembro a Filarmônica Mestre Elísio participará, no contexto das atividades do SESC, da VII Jornada Pedagógica para Músicos de Banda* realizada pela UFAL e parceiros.


Obrigado SESC, Júlio, Luan, Felipe, Kleber, Jorge, Rony, Antônio e Elizaubo; obrigado aos músicos da Mestre Elísio e solidários participantes de Delmiro Gouveia, Olho d'Água do Casado e Água Branca pelo espetacular concerto.




*Participação cancelada

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Comunicado

Comunicamos aos músicos do município e cidades circunvizinhas que nos dias 17 a 21 de outubro/16 serão  realizadas na cidade de Piranhas oficinas do Projeto Bandas de Música do Serviço Social do Comércio (SESC/AL). 

As atividades para os músicos da Filarmônica Mestre Elísio serão extensíveis aos músicos "instrumentistas de sopro e percussão" da região. Os interessados deverão preencher formulário de inscrição e fornecer cópias de RG, CPF e comprovante de residência até o dia 14/10 (8h às 12h — 14h às 16h).

Com a coordenação de Júlio César (analista em música do Sesc/AL), estes são os mestres que ministrarão as oficinas:


  • Maestro Felipe Teixeira (Regência)
  • J. Luan Veiga (Arranjo)
  • Kleber Dessoles (Madeiras: flauta, clarinete e saxofones)
  • Jorge Trompete (Metais I: trompete e trompa)
  • Rony Ferreira (Metais II: trombone, bombardino e tuba)
  • Antonio Falcão (Percussão)
  • Elizaubo Wandemberguer (Lutheria)


As atividades (teóricas, no período da manhã, e práticas, às tardes) serão realizadas na Sede da Filarmônica Mestre Elísio (Conservatório Municipal, Avenida Antônio Rodrigues Pereira s/n, Centro Histórico) e no Auditório Miguel Arcanjo de Medeiros (Esplanada do Recinto).

Concluído o curso, no dia 21 ainda haverá apresentação da filarmônica com os mestres no Centro Histórico.

Posteriormente, dias 17 a 19 de novembro na cidade de Marechal Deodoro, participaremos da VII Jornada Pedagógica para Músicos de Banda*, promovida pela Universidade Federal de Alagoas, Federação de Bandas de Música e Fanfarras/AL e SESC.

*Participação cancelada.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

GMAP (Grupo Musical Armorial de Piranhas) – Origens

Revisto e atualizado em 23/Jul/2019


Egildo Vieira e o GMAP

Maceió (2013)
Convidado para atuar como “coordenador de cultura” da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Cidade de Piranhas/AL no ano de 2009, Egildo Vieira, renomado músico piranhense, observou durante meses os integrantes da Filarmônica Mestre Elísio na intenção de encontrar entre eles potenciais talentos para a implantação de projetos musicais como, por exemplo, uma orquestra armorial.
Constituída essencialmente por instrumentos de corda, percussão e pífanos, essa orquestra armorial na cidade de Piranhas com músicos piranhenses seria para ele a realização de um sonho. Aliás, define sua música armorial como música nordestina com um tratamento erudito. Exemplos bem significativos deste conceito são as peças Dança da Noite, Romance e Galope e Lamento do São Francisco.
Como luthier, realizou oficinas de confecção artesanal (e iniciação musical à técnica) de pífanos em junho desse ano. Antes, como “agitador cultural”, viabilizou (com repertório próprio e os saxofones, trompetes, trombones e percussão da Filarmônica) a criação do bloco carnavalesco Cheiro de Saudade. Promovido pela Prefeitura Municipal, o Bloco Cheiro de Saudade fez vários ensaios públicos, tanto no bar A Fornalha quanto no CSEP (Clube Social e Esportivo Piranhense). A saída do Cheiro de Saudade foi no sábado de zé-pereira em 2009 e bisadas até 2012.
As oficinas de pífano, cavaquinho e pandeiro foram um sucesso. Revelaram talentos que precipitariam a criação do grupo armorial um ano e meio depois.
Trazidos para o Conservatório Municipal – inaugurado em 18 de outubro no antigo prédio da Cadeia Pública, recentemente reconstruído –, seus instrumentos exóticos logo chamaram a atenção. Ariano, Cabaixo, Violão Basso, Pirrabecaço, Marimpífano, Cano-cegonha, além de uma infinidade de pífanos de vários tamanhos e afinação despertaram a curiosidade de muitos. Todos eles da lavra de Egildo Vieira que lhes conferia versatilidade musical e valor artístico.
(...)

Na primeira semana de agosto de 2010 Egildo nos disse que a reitoria da UFAL tinha lhe convidado para se apresentar na aula inaugural do Campus Delmiro Gouveia. Sem ainda estar certo de reunir um Regional para acompanhá-lo na apresentação, pensou então mobilizar aqueles músicos iniciados nos seus instrumentos e repertório – a saber: Romário (cabaixo) e Roniel (flauta e pífano), Giso (trombone) e Flávio (trompete), a estes se uniriam dois ou três percussionistas da Filarmônica Mestre Elísio – e projetar algo, para aquele evento específico, que fosse musicalmente original, por oposição à “manjada” formação do regional popular.
Definidos os músicos, esboçou rapidamente o arranjo para a sua música Cavalo de Flecha – essencialmente percussiva – tendo o ariano, sob sua condução, como solista. A segunda música (No Balanço da Cana) logo se realizou com o duo de metais introduzindo e Egildo no violão e cantando. Na terceira (o xote Escovando Caranguejo) o duo de flautas seguia acompanhado pelo duo de metais que ora trabalhava na base harmônica, ora sucedia como solista. Para encerrar, Egildo apresentaria o marimpífano com toda a sua versatilidade percussiva e melódica; o trompete introduzia a Coco na Bahia seguido pelos pífanos em uníssono e os metais em resposta.

Compúnhamos o Grupo naquele momento: Laércio Ferreira e Ronildo Silveira (percussão), Romário Monteiro (cabaixo), Gisfle Fernando (trombone), Flávio Ventura (copista/trompete) e Paulo Roniel (flauta e pífano).
Chegado o dia do evento – segunda-feira, dia 9 de agosto – nos dirigimos a Delmiro Gouveia, alguns um tanto ansiosos por não imaginarmos como seria a recepção da plateia àquele conjunto musical sui generis. No entanto, quem nos conduzia era Egildo Vieira. Sua autoconfiança inabalável de profissional calejado contagiaria a todos nós no momento em que os acordes iniciais do Armorial soassem.
Apesar de uma contrariação momentânea – um carro bateu em nossa van numa avenida movimentada de Delmiro –, não nos atrasamos. No momento oportuno a apresentação foi iniciada e ocorreu na mais completa tranquilidade, e por ser tranquila não quer dizer que não tivesse vigor, muito pelo contrário chegou a causar frisson naqueles não iniciados na estética armorial. Ao final, a Coco na Bahia coroou o episódio; seu swing irresistível – com Egildo no marimpífano – levantou, literalmente, a plateia. 

Assim, nasceu o Grupo Musical Armorial de Piranhas (GMAP) que naquele momento foi apresentado com o nome provisório de “Tabocas e Cabaças”.
Por causa dessa apresentação inaugural, o grupo foi convidado para a solenidade na UFAL em Maceió que laureou o grande escritor Ariano Suassuna (idealizador do movimento armorial) com o título de doutor honoris causa, no dia 24 de agosto. Esse evento se deu no Museu Théo Brandão e o Conjunto (ampliado com a participação de mais um percussionista da Filarmônica, Dalvo Lima, e o violonista José Cícero da Silva) se apresentou com seu nome definitivo: GMAP. Na entrada de Ariano Suassuna, tocamos o Romance da Bela Infanta (obra de domínio público que Egildo disse lhe fora transmitida pelo próprio Ariano); entre uma e outra fala, Romance e Galope e, ao final, Coco na Bahia – obras de Egildo Vieira.
Ariano Suassuna se referiu favoravelmente a nossa apresentação, inclusive por atestar a qualidade intrínseca e o valor permanente da música que Egildo Vieira produzia, principalmente quando comparada ao sucesso “artificial” e “descartável” de certa banda famosa naqueles dias que fora objeto de estudo em artigo publicado na Folha de São Paulo. Ariano ficou perplexo ao ler o artigo. “Com que adjetivo posso me referir a Beethoven agora depois que alguém ousou chamar Chimbinha de gênio? ” – expressou-se, indignado.



Graças ao nome de Egildo Vieira, o GMAP se tornou um patrimônio da cultura piranhense, tendo se apresentado nos principais centros culturais alagoanos: Maceió, Marechal Deodoro e Penedo. Em 2011, apresentou-se na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife. No ano seguinte, mais três músicos da Filarmônica Mestre Elísio foram integrados. Daniel Santos (trompete) e Farney Gomes (flauta e pífano) substituíram, respectivamente, a mim (Flávio) e a Roniel; e Marcelo Caldeira, percussionista, foi também admitido ao elenco. Mais recentemente Maciel (trompete), Rui (percussão), Jadeilton (flauta/pífano) e Clerisvaldo (violão) integram o grupo – estes dois últimos faziam parte do Gmapinho, extensão infanto-juvenil do Armorial. 


Em dezembro de 2013, gravou com o renomado artista alagoano Eliezer Setton o clip Alagoas Minha Gente, Alagoas Meu Lugar para o Governo do Estado.




Comentar sobre o Grupo Armorial, sua criação e desenvolvimento, no contexto das atividades da Filarmônica Mestre Elísio, desde outubro de 2009, é relevante tendo em vista que no ano de sua criação (2010) todos os integrantes, com exceção do violonista Cícero, eram da Filarmônica Mestre Elísio. Mesmo Egildo, que não a integrou, fez parte de toda a história da Filarmônica porque influenciou na criação da Escola de Música Mestre Elísio, em 1989; inclusive, enviando material didático de apoio, quando ainda residia em Recife. Não só isso, ao mesmo tempo em que é* (junto com Bujão/Augusto José Neto, João Gilberto Cordeiro Folha, Joãozinho Batista, Divacy Pereira, Dorinho/Isidoro Cordeiro, Zé Norberto “Boca Rica”, Norberto Barbosa, entre outros) a história viva da Banda de Música do mestre Elísio, no período 1958/62, nele (Egildo Vieira) toda a tradição converge.



GMAP em Penedo/AL (2011)




*Texto originalmente escrito em julho de 2013


quarta-feira, 6 de julho de 2016

Mestre Bubu

1989 à 1991


Mestre Bubu - Fevereiro de 1991
Criada em 1989, a Escola de Música Mestre Elísio desempenhou um trabalho imprescindível no sentido de constituir músicos (inclusive mobilizando os veteranos de grupos anteriores e, futuramente, aqueles provenientes de outras cidades) para a banda de música que meses mais tarde desse mesmo ano viria a estrear.
Seu primeiro maestro foi Afrânio Menezes Silva[1] (ou mestre Bubu, como era comumente conhecido).
Natural de Pão de Açúcar, cidade pródiga na produção de músicos talentosos, Bubu iniciou as aulas em maio daquele ano. A Escola de Música era no Centro Social e Esportivo Piranhense (CSEP), precisamente onde hoje (2013) se instala o Auditório Miguel Arcanjo de Medeiros. As aulas de iniciação ocorriam a partir de 8 horas e se estendiam por toda a manhã. As primeiras inscrições eram feitas no prédio da prefeitura. Setenta e oito alunos se matricularam. Em sua maioria crianças, as quais se juntaram um número expressivo de jovens (homens e mulheres já “adiantados” em idade) também animados com a novidade que se lhes foi apresentada: a formação da Banda de Música.
No tempo oportuno, quando a Escola de Música começou a revelar seus primeiros talentos, os aprendizes músicos mais adiantados estudavam dobrados, que é o tipo de música mais comum nas bandas interioranas.
A primeira apresentação da Banda foi no dia 7 de setembro daquele ano. Apesar do pouco tempo empregado para viabilizar a formação de uma banda, o compromisso firmado pelo maestro de fazer a Banda atuar ainda naquele primeiro ano era imperativo: devia-se apresentar. Para esse primeiro evento compunham a Banda: Zilvan e Jaime (clarinetas); Jorge e Zé Carlos (trompetes); Bujão (bombardino) e “Seu” Elias Balaio (trombone); estes dois últimos, remanescentes da antiga banda do mestre Elísio no período 1958/62. Além deles, se juntavam ao grupo: Zé Broinha – trompetista renomado – e Damião, trombonista instrutor de fanfarras; e os percussionistas convocados (da Fanfarra da Escola Cenecista Coronel José Rodrigues): Negão, Iara e Evaldo (caixa); mais os veteranos Tonho de Inês (bombo) e Natalício (surdo).
Após essa primeira apresentação outros talentos iniciados ou convocados por Bubu se revelaram ao longo dos meses seguintes e foram devidamente integrados à Banda.
Belo (tuba) e Robinho Teixeira (clarinete/sax-alto); Flavinho (pistom) e Cristóvão (pistom); Mô/Ivanise (trombone) e Fia/Maria José Galdino (trompa); Tilo/Maria de Fátima Capela (pistom) e sua irmã Bel/Isabel Capela Bezerra (arquivista); Karine (pistom) e Ana (surdo), ambas as filhas de Fá e Bujão; Cri (aos seis anos de idade, prodígio na caixa-tarol) irmão dos trompetistas Jorge e Zé Carlos, filhos de Elias Balaio; Pepê/Jackson da Silva (tarol), Tiquinho/Francisco Fernandes Guerra (arquivista/pratos), entre outros, vieram a fazer parte da Banda de Música Mestre Elísio (BMME) dos primeiros anos.


Fevereiro de 1991

A Banda tocava principalmente dobrados. Quando as festividades eram religiosas, ao repertório eram acrescentados hinos. Depois passou a se apresentar nas datas cívicas – emancipação política do Município no dia 3 de junho, etc. – além de outras atividades da comunidade. A principal dessas festas era a da Padroeira que se dá em fins de janeiro ao dia 2 de fevereiro quando músicos de outras cidades eram convidados para “reforçar” a Banda. Como os de Petrolândia: Miguel, Jardiel e Seu Tico (trompetistas); Etinho (trombonista); e Divacy (saxofone tenor) – natural de Piranhas e “sobrevivente” da banda do mestre Elísio, mas radicado há muito em Petrolândia; mais os já citados Brandão e Damião, naturais de Pão de Açúcar e residentes em Piranhas. Possivelmente outros músicos de Pão de Açúcar, de onde viera o maestro, sem que se possa nominá-los com segurança.
É preciso registrar que Zé Broinha (José Brandão de Souza), grande trompetista, era figura quase onipresente nas principais festas religiosas da cidade. Tocando na Igreja de Nossa Senhora da Saúde regularmente, impressionava a todos os iniciados da Banda pela expressividade altamente pessoal de seus acompanhamentos. Foi grande inspirador daquela geração. Pelo menos para os trompetistas ele era referência e modelo.
A sede da Banda foi inaugurada no dia 4 de fevereiro de 1990 na Praça Padre Cícero, no Cabrobó – parte do Centro Histórico nas imediações da Prefeitura que abrange a Rua José Nunes Araújo em direção à subida da ladeira até a entrada do Sacão* e o Alto do Cemitério, em Piranhas de Cima.
Ao longo de sua história, a BMME[2] teve várias sedes, todas provisórias, segundo a disponibilidade dos imóveis da prefeitura na sucessão de seus diversos governos, tendo encontrado sua sede definitiva no dia 18 de outubro de 2009 nas dependências do Conservatório Municipal de Música Cacilda Damasceno Freitas, recém fundado.
Do Centro Social e Esportivo Piranhense (CSEP) à Praça Padre Cícero; depois a uma das salas da Escola Estadual Manoel Porfírio de Brito, na Praça Dr. Itabira de Brito; à antiga Estação Ferroviária, onde hoje se instala a Biblioteca Pública; à casa onde abrigou a Delegacia, na Rua Tiradentes (ou Rua do Cartório); ao CSEP outra vez; numa casa entre a Oficina (Centro de Artesanatos) e o prédio do IPHAN; no segundo pavimento da Estação Ferroviária, hoje Secretaria de Cultura e Turismo; ao casarão central da Rua do Comércio; e, finalmente, 20 anos depois, no prédio da antiga Cadeia Pública, reconstruído em 2009 para abrigar o Conservatório.
...Um momento histórico para a Banda de Música Mestre Elísio sob a batuta do mestre Bubu foi uma apresentação no dia 13 de junho de 1991, ocasião em que o Presidente da República Fernando Collor de Melo viera às obras da Usina Hidrelétrica de Xingó para a solenidade oficial em que o curso do Rio São Francisco seria mudado. Nesse dia, uma missa em ação de graças foi realizada no povoado Piau, distrito de Piranhas, que contou com a presença do Presidente e autoridades diversas (federais, estaduais e municipais) na modesta – porém, não desimportante – Igreja do Senhor do Bonfim.  A imprensa cobriu intensamente esse evento, o que fez com que naquele dia os olhos do Brasil se voltassem para a Lapinha do Sertão[3]; e a BMME no máximo se contentou em ser mais uma figurante como tantos outros que figuravam naquele dia caloroso (em todos os sentidos). Por falar nisso, Bujão (Augusto José Neto) relembra que a Banda ensaiou dias a fio o Hino Nacional Brasileiro para tocar naquela cerimônia, mas, no momento oportuno, foi impedida de tocá-lo, advertida pelo cerimonial de que somente as Bandas do Exército e da Marinha poderiam fazê-lo. Contentamo-nos, assim, em tocar nosso “humilde” repertório básico.
Nesse mesmo ano (1991), em dezembro, veio a falecer o mestre Bubu (Afrânio Menezes Silva). Antes, em maio, Seu Elias Balaio tinha sido vítima de um acidente fatal de automóvel.
Após três anos de trabalho à frente da Banda de Música Mestre Elísio, Bubu se despede da vida no dia 8 de dezembro. A BMME, no dia seguinte (segunda-feira), vai ao sepultamento do seu maestro. Todos os músicos em Pão de Açúcar se solidarizam e tocam no cortejo fúnebre até o Cemitério Municipal. No momento final é tocado o dobrado Saudades de Minha Terra. Apesar da comoção, havia um clima de confraternização musical jamais visto pelos músicos da jovem Banda de Música Mestre Elísio, então com dois anos de idade. Mestre Bubu plantara uma semente musical que germinando, cresceu e deu frutos para colhê-los aquele que veio consolidar a Banda: Cícero Francisco de Brito – o Maestro Cafau.




[1] Segundo Seu Aroldo, o irmão mais velho, Bubu começou a estudar música e tocar com dez ou doze anos – entre 1946 e 1948. No início, mestre Nozinho o levava junto com outros iniciados para tocar em Belém, Caiçara e Ilha de São Pedro. Bubu era um hábil contrabaixista. Naquele tempo, os músicos de Pão de Açúcar quando vinham para a festa da padroeira em Piranhas, começavam a tocar ainda na embarcação, quando avistavam de longe os monumentos característicos da cidade: “a Igrejinha, o Mirante, a Estação” – tal como descrito pela doutora Rosiane no Hino de Piranhas. Diz-se que era a melhor banda de música do Baixo São Francisco. Conforme o testemunho de Bujão, os músicos do mestre Nozinho eram práticos em outros ofícios. Bubu e Zé Broinha, por exemplo, eram alfaiates; Cafau, sapateiro.
[2] Banda de Música Mestre Elísio.
[3] Lapinha do Sertão é o nome pelo qual a cidade de Piranhas é também conhecida. Esse  nome deve-se ao fato de a cidade estar localizada entre serras, assemelhando-se a um presépio estilizado. Alguém teria notado tal semelhança e deu o nome de “lapinha” que passou para a posteridade.